O Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) divulgou a utilização de uma nova metodologia de baixo custo para análise da biodiversidade recifal. O estudo foi desenvolvido pela aluna Marianna Barbosa da Silva, por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGCB), com orientação dos professores Ronaldo Bastos e Ricardo de Souza Rosa.
A pesquisa faz parte de uma parceria entre a UFPB e a Universidade de São Paulo (USP), em que foi criado um sistema de filmagem dentro de uma estrutura de acrílico que utiliza três câmeras subaquáticas. A ferramenta permite a coleta de dados sobre as comunidades recifais em áreas rasas e profundas. O resultado desse estudo-piloto mostrou baixo custo para o avanço no conhecimento de zonas oceânicas com profundidade entre cerca de 30 e 150 metros.
No estudo, são caracterizadas áreas profundas pouco conhecidas da costa da Paraíba, enfatizando a importância destes trabalhos científicos para o entendimento das comunidades recifais, já que usualmente são analisadas somente profundidades rasas (menos de 30 metros). Assim, as comunidades e os organismos dos recifes mesofóticos, que são as regiões mais profundas do oceano, se tornam desconhecidos.
“Como conhecemos pouco sobre esses recifes, também não sabemos da conectividade entre as zonas rasas e profundas. Não dá para entender como elas funcionam como um todo. Há ainda grande interesse econômico nos ambientes mesofóticos por serem áreas produtivas na pesca”, explica Marianna ao ressaltar as particularidades do projeto, que foi tema de sua tese de doutorado.
Ela conta que o desconhecimento científico sobre o tema existe devido às dificuldades logísticas e financeiras que tornam inviáveis a utilização de submarinos, mergulhos técnicos e submersíveis remotos.
A doutora destacou sua satisfação com os resultados alcançados pela pesquisa. “Coletamos dados e identificamos as mudanças nos tipos de peixes encontrados nas áreas rasas e profundas. Acima disso, conseguimos desenvolver uma metodologia muito mais barata que possibilita pesquisadores de universidades onde não existem tantos recursos a utilizarem esse método para realizar análises nesses locais”, afirmou.
Marianna Barbosa é graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Ecologia e Monitoramento Ambiental (UFPB) e doutora em Ciências Biológicas – Zoologia pelo PPGCB. Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no site do PPGCB.
Da Redação com UFPB
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