Caminho do engenho, terra natal do pintor Pedro Américo e do escritor José Américo de Almeida, Areia conserva seus casarões do século XIX. Por isso, tornou-se a primeira cidade paraibana a ter seu Conjunto Histórico e Urbanístico tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. Só que toda essa riqueza cultural está ameaçada.
Apesar da recomendação do Ministério Público Federal ao comando do 15º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro que interrompa do fluxo de carros pipa pelo Centro Histórico do município de Areia,, os pipeiros continuam transportando suas carradas de água por dentro da cidade do brejo paraibano. A cidade que fica a 122 quilômetros de João Pessoa e a 618 metros acima do nível do mar , está tendo seu Patrimônio Histórico Nacional abalado pelo constante tráfego dos veículos no local.
Essa semana, vários carros pipas foram vistos atravessando Areia, e contribuindo para afundar ainda mais o calcamento.
Com a crescente falta de água em toda região, caminhões pipa saem de vários lugares para ir buscar água no açude Saulo Maia, no município de Areia, brejo paraibano.
Para chegar ao reservatório os caminhões pipa passam por dentro da cidade, percorrendo ruas do centro histórico. Esse fluxo intenso está danificando o calçamento e pondo em riso o patrimônio histórico.
Diante da situação foram efetuadas varias denúncias ao Ministério Público federal, que acatou os pedidos e recomendou ao exército o desvio de rota dos caminhões.
Atualmente a barragem Saulo Maia, em Areia, abastece toda a região do Curimataú, trafegando, pela Centro da cidade histórica, pelo menos 500 carros pipa por dia.
Conforme o Instituto do Patrimônio Histórico, o elevado número de veículos abastecidos passando repetidas vezes pelo local está ocasionando um prejuízo significativo à história da cidade.
Na recomendação, o procurador ainda pede que o Coronel do 15º Batalhão de Infantaria Motorizada escolha outra rota para ser utilizada pelos carros que trabalham no transporte da água ou apresente uma alternativa para solucionar o problema.
Alguns pipeiros entrevistados, garantem que vão tentar desviar o percurso por Alagoa Nova.
O centro histórico, ocupa uma área de dez hectares e inclui construções como o Teatro Minerva, o primeiro da Paraíba, inaugurado em 1859), a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, o Sobrado José Rufino, a Casa de Pedro Américo, o prédio dos Correios e Telégrafos, entre outros. Os casarios são próprios da primeira fase republicana, sem recuo frontal ou afastamentos laterais enquanto que as telhas são de cerâmica e têm cumeeira paralela à fachada.
Severino Lopes
PB Agora