População de rua da Paraíba tem aumento de quase 400% em sete anos; são mais de 800 pessoas em João Pessoa e 300 em CG

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Idosos, jovens e adultos abandonados. Caídos nas ruas. Ao relento e enfrentando a chuva e o sol. Quase que invisíveis. A população de rua da Paraíba tem aumento de 396% em sete anos. Muitas dessas pessoas dormem nas calçadas, marquises e praças, o que “confirma” a realidade descrita nos versos compostos por João Cabral de Melo Neto em seu poema *Morte e Vida Severina*.

Em todo o Estado, mais de 800 pessoas vivem nessa condição, a maioria delas, em João Pessoa e Campina Grande. Na Capital, cerca de 400 pessoas não têm onde morar, enquanto em Campina Grande, são mais de 300 pessoas em situação de rua. Para especialistas e autoridades, esse índice pode ser ainda maior. Só em João Pessoa, em um ano, o aumento foi superior a 70%.

Esse cenário reflete uma crise social que remonta a tempos passados, como descrito por João Cabral de Melo Neto em seu poema *Morte e Vida Severina*, que retrata a pobreza e a miséria do Nordeste. Hoje, a falta de moradia, o desemprego e a fome continuam a afetar muitas famílias, especialmente nas grandes cidades, onde milhares de pessoas enfrentam condições de vida precárias nas ruas.

O cenário se repete em inúmeras cidades brasileiras, sobretudo nas capitais. Apesar do aumento expressivo de 70% de pessoas em situação de rua em João Pessoa, entre 2022 e 2023, a capital da Paraíba ainda é a que apresenta os menores números e índices do nordeste. Os piores percentuais estão em Sergipe, Bahia e Ceará.

Nas sombras de prédios ou no silêncio da noite, a vida persiste, maltratada por uma sociedade que ainda não aprendeu a enxergar  essas pessoas invisíveis aos olhos e de muitos.

Especialistas apontam que os principais fatores que contribuem para o aumento desse problema incluem o rompimento de vínculos familiares e os impactos econômicos e sociais da pandemia de COVID-19. Embora o vício em álcool e drogas seja frequentemente associado à situação de rua, a falta de apoio social e o colapso das redes de proteção familiar são os principais determinantes.

A falta de dados atualizados sobre a população de rua dificulta o planejamento de políticas públicas eficazes, e as autoridades locais afirmam que a situação pode ser ainda pior do que as estatísticas atuais sugerem. A invisibilidade social das pessoas em situação de rua é um reflexo da ausência de respostas adequadas por parte do Estado e da sociedade.

Severino Lopes

PB Agora

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