“Não têm ordem, limpeza, lugar para transeuntes. Há mercadoria no caminho, sujeira, tanto o Mercado Central quanto o da Torre, Cruz das Armas e Mangabeira, além do Bairro do Estados.” O depoimento é do pessoense, Jaime Martins Pereira, que se diz revoltado com a situação dos mercados públicos de João Pessoa.
Diversos consumidores e legistas dos mercados da capital estão revoltados com a ausência do poder público municipal para com esses espaços públicos. . Mau cheiro, esgoto, lixo, desorganização são problemas recorrentes e que nunca são solucionados.
Segundo Jaime, que denunciou a situação, os guardas dizem que a culpa é da administração. “A administração tem medo dos comerciantes sebosos, e não dá poderes aos guardas para exigirem limpeza e tirar produtos do meio do caminho como carnes, galinha, frutas, entre outros”, acrescentou.
No Mercado do Rangel, por exemplo, poucas melhorias foram observadas. Uma delas, segundo a comerciante Edileide Patriota, que tem um box na Rua 14 de Julho desde 2006, é a limpeza.
“O lixo é recolhido todo dia. Só no final de semana que acumula. Tem também um esgoto que escorre por aqui e o mau cheiro é insuportável”, relatou. O banheiro também é caótico e, para minimizar o problema, alguns comerciantes fizeram uma cota e compraram cerâmica que foi colocada por funcionários da Prefeitura.
Quem trabalha no Mercado do Bairro dos Estados, que nunca passou por uma reforma, também tem reclamação. “Tem dia que o esgoto escorre pelos corredores, é lixo espalhado por todo canto e falta iluminação. Os banheiros só estão limpos porque tem um vigia para cuidar, disse Lourival Manoel da Silva, comerciante há 36 anos. “O imposto é alto, mas não tem limpeza. É um abandono”, emendou Severino Silva, que tem um box no local.
No Mercado Central, os problemas são clássicos: sujeira, desorganização, comerciantes sem espaço fixo para trabalhar. Quem está nos galpões e quem atua em barracas reclama que a reforma precisa ser urgente, mas todos já perderam as esperanças de ver a mudança tão prometida.
Sem estacionamento. Clientes que frequentam o Mercado da Torre estão deixando de fazer comprar no local por conta da falta de estacionamento. Segundo os próprios comerciantes, a área de carga e descarga, que fi ca na Rua Feliciano Dourado, deveria estar sempre livre para a chegada de caminhões, mas durante o dia, os usuários do local utilizam o espaço para deixar seus veículos enquanto fazem compras. Foi o que aconteceu ontem com o motorista Jorge Soares.
“Tem que rever essa questão de estacionamento, porque a gente não tem onde deixar o veículo. Além disso, depois que mudou o trânsito na Torre, piorou ainda mais a situação”.
O caminhoneiro Aloysio Correia de Sá e Benevides Filho teve que parar o veículo no meio da rua porque todas as vagas para carga e descarga estavam ocupadas. “Acontece muito por aqui. Agora mesmo, o pessoal está descarregando enquanto eu espero alguém sair”, disse.
De acordo com Djalma Rocha, que tem um box em frente ao local, o espaço é destinado a carga e descarga todo o tempo e, portanto, não poderia ser ocupado por outros condutores. Os comerciantes do mercado, como sabem da proibição, deixam os carros em um terreno próximo. “As multas aqui são direto”, acrescentou. A Emlur informou que os mercados públicos são limpos diariamente, sendo lavados e higienizados duas vezes por semana.
PB Agora