Por conta do nível crítico de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para Covid-19 em 25 estados e no Distrito Federal, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou a essas unidades da Federação a adoção de medidas urgentes de bloqueio para conter a crise sanitária e o colapso do sistema de saúde.
Tais medidas incluem lockdown e toque de recolher.
Um boletim sobre a doença elaborado por pesquisadores da Fiocruz e divulgado nesta terça-feira (23) alerta que, à exceção de Amazonas e Roraima, todos os outros entes federativos estão com mais de 80% dos leitos ocupados.
Os cientistas ressaltam que “medidas rigorosas para o controle e prevenção da doença, que começam a ser adotadas no país, são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, mitigando efeitos sobre o sistema de saúde e, especialmente, poupando vidas”.
“Neste momento de crise é urgente a adoção rigorosa das medidas de bloqueio da transmissão na quase totalidade dos estados e capitais que se encontram na zona de alerta crítica, bem como nos municípios que integram regiões de saúde onde há altas taxas de ocupação de leitos UTI covid-19”, diz o documento da Fiocruz.
Alternativas
A instituição pede a adoção de medidas de bloqueio ou lockdown, com restrição das atividades não essenciais por cerca de 14 dias. Segundo a Fiocruz, esse é o tempo mínimo necessário para redução significativa das taxas de transmissão e número de casos e redução das pressões sobre o sistema de saúde.
A Fiocruz defende um toque de recolher em todo país a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana, o fechamento de praias e bares, a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação e a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público, quanto no privado.
Outra sugestão da Fiocruz é a ampliação da disponibilidade e do uso de máscaras. A fundação defende que pelo menos 80% da população utilize o equipamento de proteção.
“Campanhas de distribuição gratuita de máscaras de pano multicamadas em áreas e pontos de maior concentração populacional e baixo percentual de uso, combinadas com campanhas governamentais e não governamentais sobre sua importância e modo correto de utilização devem fazer parte desta estratégia.”
“Estas medidas deveriam ser mantidas até que tivéssemos a vacinação da maior parte da população e tinham como objetivos a preservação da vida e não exceder as capacidades instaladas dos serviços de cuidados intensivos.”
A Paraíba tem taxa média de ocupação de 83% de leitos de UTI Covid-19 para adultos. Os dados batem com os divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) que apontam, ainda, que na Região Metropolitana de João Pessoa, o índice é de 93%; em Campina Grande, 73%; e no Sertão, 95%. Foram mais de 100 internações em 24 horas.
PB Agora com Correio Braziliense