Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (3), o presidente da
Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Deusdete Queiroga,
descartou a necessidade de racionamento d’água em João Pessoa e
anunciou que a companhia vai abrir prazo para renegociação de dívidas
com condições especiais. “O sistema de abastecimento d’água da Capital
está operando no limite, mas não há necessidade de racionamento.
Estamos enfrentando problemas no abastecimento, que só serão sanados a
partir da conclusão de algumas obras”, observou.
A Cagepa vem realizando uma série de obras de manutenção em João
Pessoa. A readequação do sistema de abastecimento de água começou pelo
Bessa, com obras de melhoramento que proporcionarão um acréscimo de
250 litros d’água por segundo na rede que abastece o bairro. Com a
conclusão dos serviços, as interrupções temporárias no sistema de
distribuição de água, que vêm acontecendo no Bessa durante o dia, vão
diminuir. Outra ação que trará benefícios à população é a troca de 4
mil hidrômetros na cidade, que vai garantir mais economia na conta
d´água.
Em relação ao realinhamento tarifário, o presidente da Cagepa adiantou
que, entre os meses de fevereiro e março, será aberto prazo para
renegociação de dívidas com condições especiais. Ele disse que 9,3%
dos clientes da empresa estão inadimplentes, entre eles empresas
privadas, públicas, comércio e residências. “Algumas prefeituras já
entraram em contato com a Cagepa para renegociarem suas dívidas e
outras estarão recebendo notificações nos próximos dias”, revelou.
Detalhamento – Na coletiva, Deusdete Queiroga revelou que a estatal
acumula um débito de mais de R$ 342 milhões. O detalhamento
apresentado mostra que as dívidas são provenientes de empréstimos
bancários (R$ 140 milhões), financiamentos junto à Caixa Econômica e
BNDES (R$ 50 milhões), impostos federais (R$ 99 milhões), Energisa (R$
12 milhões), taxas e contribuições (R$ 17 milhões) e fornecedores
diversos (R$ 23 milhões).
Deusdete ainda falou do déficit mensal da empresa, que hoje tem
arrecadação de R$ 30 milhões, mas que gasta R$ 36 milhões com despesas
de pessoal, energia elétrica, locação de equipamentos, manutenção,
parcelamento de dívidas e impostos. “Conseguimos parcelar as dívidas
junto à Receita Federal em 60 meses e a Energisa nos deu carência de
seis. Estamos entrando em negociação com os bancos e pretendemos ao
longo dos próximos seis meses equilibrar as contas da Cagepa”,
completou.
Entre as medidas para reduzir os custos da Cagepa, Deusdete elencou
como a mais importante a redução na despesa de pessoal. “Dispensamos
todos os comissionados e chamamos apenas oito assessores, o que
permitiu uma diminuição na folha de R$ 400 mil”, observou Deusdete,
acrescentando que a redução de comissionados não prejudicou os
serviços prestados pela estatal.
Secom-JP