A produção artesanal de biojoias por mulheres das praias da Penha, Jacarapé e Vila dos Pescadores foi o destaque desta sexta-feira (5) no 1º Encontro da Governança Territorial da Zona da Mata Paraibana, realizado pelo Sebrae-PB. A experiência foi apresentada pela primeira-dama e coordenadora do programa João Pessoa Artesã (JPA), Maísa Cartaxo, que em parceria com o IFPB e o Sebrae tem trabalhado pela profissionalização das artesãs que participam do projeto e pela criação de uma fonte de renda permanente para suas famílias.
“O JPA é um programa que objetiva a criação de uma identidade para o artesanato da Capital e o fortalecimento desse segmento”, explicou Maísa Cartaxo. “É por isso que abraçamos as 30 artesãs da Penha, Jacarapé e Vila dos Pescadores, que a partir do Pronatec puderam desenvolver essa habilidade com a produção de biojoias e, a partir de agora, poderão ter sua própria fonte de renda e melhorar sua vida com o seu próprio trabalho”, complementou.
O caminho das “sereias”, como passaram a ser chamadas as artesãs, começou com a regulação da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social (Sedes), por meio dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras). O setor é a porta de entrada para o Pronatec, programa do Governo Federal ofertado pelo IFPB. No segmento Mulheres Mil, elas alcançaram a capacitação com o curso de biojoias, utilizando a escama de peixe como matéria prima principal.
O processo de profissionalização, no entanto, não acabou com a chegada do diploma. “A partir do curso pudemos oferecer oficinas de produção de artigos, tendo como base a iconografia da região, o que aconteceu na Estação das Artes”, contou Maísa. Logo em seguida, a parceria com o Sebrae e o IFPB rendeu mais um fruto: a vinda do estilista mineiro Ronaldo Fraga, que ministrou oficinas de design e auxiliou na criação de uma primeira coleção.
Mudança de vida – Para as artesãs, o sentimento é de estar inserido em uma experiência única. “Eu fiz alguns ouros cursos, mas nunca havia me sentido tão valorizada. É uma oportunidade que veio para alavancar mesmo as nossas vidas. Essas meninas já sofreram muito na vida, já passaram por muita coisa, mas agora a perspectiva é de mudança, de crescimento”, declarou a artesã Vitória Soares, de 37 anos.
Luciana Brito, de 33 anos, destacou o apoio e o incentivo que tem recebido em todas as etapas do processo. “O curso foi excelente e, depois dele, só temos alcançado bons resultados. Nunca tive uma oportunidade como essa, de aprender e de mostrar o que sei fazer, e agora muita coisa está acontecendo. E muita coisa boa”, contou.
Próximas etapas – Após a conclusão da nova coleção, orientada por Ronaldo Fraga, as mulheres ainda receberão orientações sobres como administrar os seus negócios, garantindo noções sobre planilhas de gastos e precificação, por exemplo.
“Queremos impor uma visão empreendedora ao projeto, para que estas artesãs possam se preocupar com toda a questão de mercado, é uma visão de futuro”, explicou a técnica do Sebrae, Marielza Araújo, que apontou a oficina com Ronaldo Fraga como um passo decisivo neste sentido. “O design traz um diferencial para as peças, e isso é importante para que elas se destaquem e sejam vistas no mercado”, complementou.
A representante do IFPB, Fátima Souto, destacou que a experiência foi o primeiro caso de parceria entre as três instituições. “Quando juntamos nossas forças percebemos que o resultado era imediato, duradouro e muito mais consistente. Cada um colabora de uma forma e a soma desses esforços fortalece o projeto e traz muito mais para a vida destas mulheres”, afirmou.
Secom-JP