A comunidade acadêmica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vive momentos de apreensão e expectativa. Professores da instituição se preparam para participar de assembleias que definirão o futuro da categoria: aceitar a proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo federal ou aprovar um indicativo de greve. As decisões tomadas terão impactos significativos no funcionamento da universidade e na qualidade do ensino.
O governo federal apresentou uma proposta de reajuste salarial que prevê um aumento de 9% em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026, totalizando 12,5% em três anos. No entanto, a proposta não contempla reajuste para 2024 e exclui os aposentados do benefício. Além disso, parte do reajuste é composto por “penduricalhos”, como auxílio-alimentação e auxílio-creche, que não abrangem toda a categoria.
Insatisfeitos com a proposta do governo, os professores da UFPB reivindicam um reajuste salarial de 22,71%, dividido em três parcelas de 7,06%. Eles também defendem o reajuste linear para todas as categorias, valorização do auxílio-alimentação e auxílio-creche, e a inclusão dos aposentados no reajuste.
A categoria demonstra insatisfação com diversos pontos da proposta governamental. Eles criticam a diluição do reajuste em “penduricalhos”, a perda salarial de 27,7% pela inflação sem recomposição adequada e a insuficiência das propostas apresentadas anteriormente pelo governo.
As negociações entre o governo federal e os professores da UFPB se iniciaram em 2023. Na ocasião, o governo propôs um reajuste de 9% linear para todos os servidores públicos, além do aumento do vale-alimentação. No entanto, a proposta foi rejeita pela categoria em julho do mesmo ano. Em abril de 2024, o governo apresentou uma nova proposta, que também foi recebida com insatisfação.
A luta por reajuste salarial e melhores condições de trabalho não se limita à UFPB. Mais de 50 universidades e 79 institutos federais em todo o país estão em greve. Professores de diversas instituições se unem na mobilização para reivindicar seus direitos e garantir a qualidade do ensino público.