A pergunta do título é bem pertinente num estado em que o business da política é, dramaticamente, a sua maior atividade econômica.
Aos que me perguntam, na condição de humilde jornalista e comentarista político, respondo que não há carta marcada para ninguém. Ou de forma bem-humorada lembro uma pérola do Padre Albeni Galdino: “Não sei meu filho, se soubesse já tava agarrado com ele”.
Brincadeiras à parte é difícil oferecer nesse momento uma resposta que satisfaça o interlocutor dessa pergunta.
Política é como nuvem, já dizia Magalhães Pinto. Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou. A máxima vale para todos os lados.
O pesquisador americano Duncan Watts, no livro “Tudo é Óbvio”, explica que previsões exatas são possíveis dentro de sistemas razoavelmente simples. O que na Paraíba, não é o caso.
Prever com precisão a órbita de um satélite ou a velocidade para um avião decolar, é fácil, mesmo se tratando de feitos espetaculares. Basta fazer os cálculos certos. O resto é física.
Já adivinhar o valor do dólar no próximo mês ou qual série de televisão terá mais audiência é algo bem mais complexo, pois as variáveis econômicas, sociais e psicológicas envolvidas são muitas.
Só depois que o resultado aparece é que a maioria, olhando em perspectiva, considera-o óbvio. As explicações surgem aos montes.
O mesmo vale para eleições. No máximo, é possível estabelecer probabilidades a partir de um conjunto de fatores, como base partidária, apoiadores, capacidade financeira, a conjuntura ou a eficácia da propaganda, que devem influenciar.
As variáveis, repito, são muitas.
O imponderável tempera emoção numa disputa que se anunciava sem graça, mas que está tendo muito mais adrenalina do que esperavam, até uns dias atrás, o governo e os dois maiores candidatos da oposição.
No meu modesto sentir, a Paraíba está diante da eleição mais confusa e imprevisível de sua história recente.
Tudo pode acontecer.
Ytalo Kubitschek
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