Rede de Cardiologia Pediátrica no Estado inicia avaliação de doença cardíaca em fetos
A Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba está realizando uma avaliação de doença cardíaca em fetos, ainda no útero de mães que apresentam fatores de risco (diabetes, problema cardíaco, uso de medicamento que possa afetar o coração ou que já tenha perdido um filho por doença semelhante). O problema já foi diagnosticado em duas crianças que, ao nascerem, terão todo atendimento adequado e necessário, passando até por cirurgias, se for o caso.
Tudo isso só está acontecendo graças a um convênio que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, assinou, em outubro do ano passado, com a Associação Círculo do Coração, de Pernambuco, formada por profissionais de saúde que ajudam crianças com problemas cardíacos.
A avaliação dos fetos marca a segunda fase do Projeto Círculo do Coração. Somente com a primeira fase (avaliação dos recém-nascidos), o projeto já tem em sua história um feito inédito no Estado. De janeiro deste ano até agora, já foram avaliadas 4 mil crianças. “Com isso, a gente conseguiu aqui na Paraíba o que nunca foi feito em nenhum outro estado do país. E isso só está sendo possível, graças à sensibilidade do Governo do Estado que acreditou no projeto e não mede esforços para que tudo dê certo e a população carente tenha uma assistência de qualidade, ajudando a salvar muitas vidas”, disse a cardiologista Sandra Mattos, coordenadora do projeto.
Segundo a médica, na terceira e última fase do projeto serão avaliadas desde crianças recém-nascidas até adolescentes. Todas estas boas notícias foram apresentadas durante reunião de avaliação nesta quinta-feira (03), à noite, no Conselho Regional de Medicina, com os profissionais que integram a Rede (médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais).
Interligação – A Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba integra 12 maternidades do Estado, além do Hospital Arlinda Marques, em João Pessoa, e cobre cerca de 90% da quantidade de crianças nascidas no Estado. As maternidades estruturadas para realizarem o diagnóstico da cardiopatia têm três serviços de referência: Cândida Vargas, em João Pessoa, o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, e Peregrino de Carvalho,em Patos. Na Capital, estão interligadas à rede as maternidades Frei Damião, Arlinda Marques e Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho. Na região de Campina Grande, estão ligadas as maternidades das cidades de Esperança, Monteiro e Picuí. E na área de Patos, estão interligadas as maternidades dos municípios de Itaporanga, Sousa e Cajazeiras.
A partir de agora mais uma importante Unidade de Saúde passa a fazer parte da Rede: a maternidade do Hospital Universitário Lauro Wanderley, de João Pessoa. A decisão foi informada durante reunião nesta sexta-feira (04), na sede da Secretaria de Estado da Saúde, na capital, com a secretária executiva da Saúde, Cláudia Veras; os coordenadores do Projeto Círculo do Coração e os gestores dos serviços de saúde da Rede.
A maternidade do HU tem UTI, berçário e 24 leitos de alto risco. “Como lidamos, diariamente, com pacientes de alto risco, temos muitos casos de crianças com problemas cardíacos. E, fazer parte dessa Rede, vai proporcionar um grande benefício para muitas famílias que procuram o serviço, além de promover a troca de experiências entre os profissionais”, disse o diretor do HU, João Batista.
Todos os gestores foram unânimes quanto à contribuição que o projeto vem dando para a saúde pública em todo Estado. “Por meio desse trabalho em rede, a Paraíba está sendo produtora e exportadora de ciências e não somente importadora”, comentou o diretor técnico do Hospital Regional de Itaporanga, Miguel Neves.
Novas tecnologias são aliadas do Projeto Círculo do Coração
Neste trabalho de rede, as novas tecnologias têm tido papel fundamental. Por meio da internet, durante a reunião, a coordenadora do projeto, Sandra Mattos, fez avaliação de um recém-nascido que estava no Hospital de Cajazeiras, e, constatando que ele estava com cianose (pele roxa), indicativo de problema cardíaco, sugeriu que fosse transferido para a Maternidade Peregrino de Carvalho, em Patos, serviço de referência, com estrutura para realizar diagnóstico de cardiopatia, que passou por reforma, recentemente. E assim foi feito.
A secretária executiva da Saúde, Cláudia Veras, analisou o caso como resultado de um importante trabalho da parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, e a Associação Círculo do Coração. “A rede é uma demonstração do compromisso assumido por este Governo, de encontrar novas estratégias que favoreçam a descentralização, levando ações de alta complexidade em saúde para o interior do Estado, ampliando os serviços, melhorando a qualidade e reforçando as parcerias com os municípios”, concluiu.
Secom