Uma reunião entre secretarias e órgãos do Governo da Paraíba discutiu, na manhã desta segunda-feira (23), a seca no estado, inclusive com a apresentação de relatórios sobre a situação dos açudes e dos reservatórios de água, além das perspectivas em relação ao clima para 2014.
O evento reuniu representantes das Secretarias de Infraestrutura, da Defesa da Agropecuária e da Pesca (Sedap), dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia (Serhmact), da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), do Instituto de Terras e Planejamento Agrícola da Paraíba (Interpa), da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM), além da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa).
De acordo com o presidente da Aesa, João Vicente Machado Sobrinho, os açudes estão sendo monitorados e controlados de acordo com as situações específicas de cada região, com uma atenção mais voltada para os mananciais com maior volume e que representam o abastecimento de água para um número maior de pessoas.
“A situação no litoral está tranquila, mas quanto mais adentramos para o interior da Paraíba, mais a situação fica complicada por conta dos baixos índices de chuva registrados neste ano. A região do Seridó é uma das mais atingidas, apesar de ser abastecida pelo sistema Coremas-Sabugi, o que não tem comprometido o abastecimento humano”, explicou João Vicente.
Em relação às projeções de chuvas para o final deste ano e para 2014, o presidente da Aesa é otimista, apesar de deixar claro que o processo de chuvas, principalmente no Nordeste, é muito dinâmico e envolve fatores complexos. “Um indicativo que temos hoje é o esfriamento das águas do Oceano Pacífico e o esquentamento das águas do Atlântico Sul, fatores importantes para a formação de chuvas. Esperamos que neste ano tenhamos uma estação chuvosa mais generosa do que a do ano passado”, prevê.
Para o secretário da Serhmact, João Azevedo Lins Filho, a reunião debateu o trabalho que já vem sendo feito pelos diversos órgãos do Governo do Estado e garantiu a continuidade e expansão das ações, principalmente no suporte às famílias vítimas da estiagem. “A partir de agora, as reuniões serão quinzenais, criando novos parâmetros de acompanhamento da situação das barragens e açudes, de forma mais detalhada, permitindo ações mais efetivas e rápidas na assistência às diversas regiões do Estado”, explicou.
João Azevedo disse que entre as ações necessárias estão o monitoramento do uso dos açudes e das barragens, e a redução do uso de água na irrigação, dando prioridade para o abastecimento humano. “A situação é muito preocupante, já que temos apenas apenas 35% da capacidade de armazenamento de água cheia. Temos uma capacidade pequena, cerca de 3,9 bilhões de metros cúbicos e temos apenas 1,36 bilhões disponíveis, o que é muito pouco para uma situação de estiagem que temos enfrentado há dois anos. Nossas reuniões definirão o melhor uso da água que temos acumulada, para que o abastecimento possa ser feito de forma estendida, beneficiando a população pelo maior tempo possível”, analisou o secretário.
Ele fez questão de enfatizar as ações que têm sido realizadas pelo Governo do Estado, além do controle dos açudes. Segundo informou, elas podem ser divididas entre a assistência às vítimas da estiagem e as obras estruturantes. “Na primeira parte, temos a distribuição de ração animal e a venda de milho subsidiado para agricultores, um programa de envio de carros pipa para as áreas mais atingidas pela seca, além de um programa de recuperação de poços”, explicou João Azevedo. Somados os poços perfurados pela Secretaria de Infraestrutura e pela CDRM, o número chega a mais de 700 em todo o Estado.
Na outra ponta, estariam as obras estruturantes, que não têm efeito imediato de assistência à população, mas que dotariam a Paraíba de uma maior capacidade de enfrentamento da seca nos próximos anos. “Deste lado, temos a construção de mais de 700 km de adutoras, a construção e a recuperação de barragens como a de Pitombeiras, do Saco e de Retiro, além da construção de canais, como o Acauã-Araçaci, com 112 km, e a recuperação do Canal da Redenção, com 37 km. São obras complementares à transposição do Rio São Francisco, e que nos permitirão prevenir os problemas trazidos pela estiagem e pela seca no nosso Estado”, finalizou o secretário.
Redação com Assessoria