A quinta fase da operação Xeque-Mate, desencadeada nesta terça-feira (8), marcou também a estadualização das investigações iniciadas em Cabedelo. A nova etapa mira um esquema de fraudes em licitações na compra de medicamentos na cidade. O esquema previa, também, o pagamento de propinas a autoridades.
As suspeitas são de que o mesmo “modelo de negócios” era reproduzido em contratos com o governo da Paraíba e nas prefeituras de Mamanguape, Gurinhém, Pedra Lavrada, Conceição, Itaporanga e São Vicente do Seridó.
O governo e os municípios se tornaram alvos de mandados de busca e apreensão na operação coordenada pela Polícia Federal, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, e pelo Controladoria-Geral da União (CGU). As investigações são encabeçadas pelo delegado da PF, Fabiano Emídio, e têm a empresa Almed no centro das atenções. De acordo com informações da Polícia Federal, as informações coletadas no Estado e nos municípios poderão fomentar novos desdobramentos da ação.
Entre os alvos da operação de hoje estão o ex-secretário de Transportes de Cabedelo, Reuben Cavalcante, o empresário André Amaral e o filho, o ex-deputado federal André Amaral, além da ex-candidata a vereadora de Cabedelo, Vina Lúcia Ribeiro, a sede da empresa Almed e os empresários Antônio Carlos Almeida Sobrinho e José Aldênio de Melo Alencar, no Recife, ligados ao fornecimento dos medicamentos. Há suspeitas de que André Amaral teria recebido compensação ilegal por emendas parlamentares apresentadas para a compra dos medicamentos.
Ao todo, foram R$ 15,1 milhões faturados pela empresa Almed entre 2016 e 2019 apenas em contratos com prefeituras. A operação contou com a participação de 50 Policiais Federais, sendo realizado o cumprimento de 8 mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas empresas contratadas pela Prefeitura de Cabedelo/PB, para fornecimento dos medicamentos.
Crimes investigados
Os investigados poderão responder pelos crimes de formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e fraude licitatória, previstos, cujas penas, somadas, poderão chegar a mais de 30 anos de reclusão. Será concedida entrevista coletiva às 10h, na sede da Polícia Federal, em Cabedelo.
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