Reduzir a pena pela leitura de livros, diminuir os índices de analfabetismo no sistema prisional e potencializar os resultados dos reeducandos no Enem. Essas são algumas das diretrizes do programa de reinserção social “A Leitura Liberta” lançado, nessa terça-feira (27), pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) no Presídio Sílvio Porto, em João Pessoa.
As bibliotecas do sistema penitencário receberam 17 mil livros doados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A Hora da Estrela, Capitães de Areia e Prisioneiras são alguns dos títulos disponibilizados para leitura. O Instituto Vida doou dezenas de exemplares do livro O Grande Conflito.
Na avaliação do secretário da Seap, Sérgio Fonseca, o programa é importante, já que está alinhado com a integração social. “O governo da Paraíba oferece oportunidade para as pessoas privadas de liberdade, para que elas possam, após o cumprimento de suas penas, se reintegrarem na sociedade da melhor maneira possível”, obervou.
Na ocasião, ocorreu a inauguração do laboratório de informática, um dos 64 instalados nas unidades prisioanais do estado. Esta ação é uma parceria do Governo do Estado, através da Seap, com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Tribunal de Justiça e o Instituto Humanitas 360.
“Com essa parceria, os laboratórios de informática proporcionam aos reeducandos o acesso a cursos à distância nas mais diversas áreas”. O secretário Sérgio Fonseca ainda acrescentou que muitas instituições estão envolvidas no projeto.
O secretário executivo da Seap, João Paulo Barros, ressalta que a educação é a ferramenta de transformação humana mais poderosa. “A gente sabe que as pessoas que hoje estão encarceradas estão fisicamente, mas não existem barreiras físicas para o conhecimento. As mentes dessas pessoas estão libertadas e esse projeto é uma oportunidade a mais de fazer com que os reeducandos possam se aprimorar para um eventual retorno à sociedade e consequentemente a diminuição da reincidência criminal. O resultado disso será uma sociedade mais segura. Não tenho dúvidas: a leitura liberta”.
O diretor da Penitenciária Sílvio Porto, Gilberto Rio, acredita que o novo projeto é somado às outras ações no sistema prisional que têm contribuindo com a reinserção de muitos reeducandos. “Eles vão para a liberdade com uma nova consciência, transformados, com um novo entendimento, uma nova vida”.
A coordenadora estadual de Educação nas Prisões, da Secretaria da Educação, professora Eliane Aquino, lembrou que os avanços acontecem não só na Grande João Pessoa, mas em toda a Paraíba. “A educação avança em 41 unidades prisionais em 35 municípios e hoje podemos aumentar índices mesmo em momento pandêmico”.
O policial penal Breno Cavalcanti Cunha, diretor da Escola Graciliano Ramos, que funciona no presídio Sílvio Porto, é um entusiasta da educação nas prisões. “Essa forma de trazer educação de qualidade à distância para dentro das unidades prisionais é algo que orgulha. A gente fala em esperança porque há horizontes novos chegando. Não paramos no Ensino Médio, conseguimos ultrapassar barreiras e fomos para a universidade”, comemorou.
PB Agora
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