Uma realidade bem diferente. Açudes com água. Paisagem verde. E alimento para mantar a fome no campo. A seca diminuiu na Paraíba. Historicamente o estado da Paraíba sofria com o problema das secas em 100% do território, desde 2020. Essa porcentagem, no entanto, caiu para 85% neste começo de 2022, como apontam dados do Monitor das Secas, divulgado esta semana pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
O monitor é um mecanismo utilizado para saber a severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e longo prazo.
De acordo com o monitor, desde maio de 2021, esta é a primeira vez que o estado registra áreas livres de seca fraca, levando em consideração que houve a redução da área seca em 15% no estado. Em relação à seca grave, a Paraíba registrou a situação mais branda do fenômeno desde novembro de 2021, quando 40% do território passou por seca grave.
Esse fenômeno de diminuição da seca, aconteceu em outros 11 estados, segundo o monitor, que foram: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
Entre julho e agosto, a seca teve um novo abrandamento na Paraíba, conforme a última atualização do Monitor de Secas, levantamento feito pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Conforme os dados divulgados pela agência, a área do estado que não apresenta seca caiu de 65% para 64% no período, enquanto a seca fraca passou de 22% a 29% do território e a área com seca moderada, que era de 13% em julho, passou para 7% em agosto.
Ainda assim, a área da Paraíba com seca registrada em agosto – que segundo o levantamento da ANA é de 20.422 km², é a terceira menor desde o início do Monitor das Secas, em 2014.
Cenário nacional
Entre julho e agosto, em termos de severidade da seca, além da Paraíba outros quatro estados tiveram um abrandamento do fenômeno segundo o Monitor de Secas: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Tanto em Alagoas quanto em Santa Catarina a seca não foi registrada em agosto.
Em outras oito unidades da Federação o fenômeno se manteve estável: Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe.
Por outro lado, em seis estados a seca se intensificou no período: Bahia, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Piauí e Tocantins. Como Rondônia entrou no Mapa do Monitor a partir de agosto, ainda não é possível fazer esse tipo de comparação.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguido por Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. No total, a área com o fenômeno foi de 3,87 milhões de quilômetros quadrados, equivalente a 45% do território brasileiro.
No mesmo período do ano passado, a realidade era outra. A seca seguiu em 100% do território do estado. Entre setembro e outubro a área com seca grave seguiu no patamar de 27%, enquanto a seca moderada avançou de 35% para 39% do território paraibano, indicando o aumento da severidade do fenômeno. Essa é a condição mais severa do fenômeno no estado desde fevereiro de 2020, quando 46% do estado passaram por seca grave.
Dois anos antes, a situação era mais grave. A Paraíba enfrentou uma das maiores secas da história,
Dos 223 municípios do Estado, 193 ficaram em situação crítica devido à seca: 1999 foi o terceiro ano consecutivo de poucas chuvas em terras paraibanas. A seca prolongada comprometeu o abastecimento de água em praticamente todo o Estado e causou prejuízos para a agricultura e a pecuária.
Calcula-se que um contingente de 1,2 milhão de pessoas ficaram dependendo de carros-pipa e poços perfurados para ter água em suas casas. Cerca de 70% do rebanho bovino foi dizimado entre 98 e 99. As perdas para a agricultura foram de R$ 850 milhões.
A falta d’água deixou grande parte da população paraibana sem perspectivas econômicas. Na maioria dos municípios afetados pela seca, as principais fontes de renda foram as aposentadorias rurais, o dinheiro das frentes de trabalho e as cestas básicas distribuídas pelo governo federal. Foram alistados no programa de combate à estiagem 110 mil pessoas e receberam cestas 298 mil famílias.
As chuvas no ano seguinte, e a chegada das águas do Rio São Francisco minimizaram a crise.
PB Agora
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