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Seca fez aparecer cemitério submersos em barragem de Acauã

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 A estiagem tem provocado redução de água nos principais açudes da Paraíba. Um dos reservatórios atingidos pela longa estiagem, é a barragem Argemiro de Figueiredo mais conhecida como Acauã construída na cidade de Itatuba.

A seca fez aparecer todo um cemitério que estava debaixo de água no local onde Acauã foi construída. Isso aconteceu porque na década de 80 quando foram iniciadas as obras da barragem que levariam água para Campina Grande e mais 19 municípios, os dois cemitérios que existiam nos distritos de Pedro Velho em Aroeiras e Cajá em Itatuba, não foram retirados e ficaram submersos.

 

Com a redução do volume de água, os túmulos começaram a aparecer. A luta dos moradores agora é remover os restos mortais dos entes-queridos para novas sepulturas nos municípios de Itatuba (PB) e Aroeiras (PB), localizados a 117 e 146 km da capital.

 

A transferência foi determinada pelo Ministério Público Federal após reunião com prefeitos dos referidos municípios e representantes do Movimento Atingidos por Barragens, Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) e Agência Executiva de Águas da Paraíba (Aesa).

 

A retirada das ossadas deverá acontecer ainda este mês com base no reconhecimento dos túmulos pelas famílias dos sepultados e autorização delas para a remoção. As prefeituras de Itatuba e Aroeiras se dispuseram a disponibilizar cemitérios para receberem os restos mortais.

 

Conforme o procurador regional dos direitos do cidadão José Godoy Bezerra de Souza, a retirada dos restos mortais se dará pelos municípios e com o apoio dos próprios familiares das comunidades.

A barragem de Acauã é a maior da Paraíba com capacidade para acumular 253 milhões de metros cúbicos de água, e está com 16% de sua capacidade. Ou seja, ela acumula menos de 42 milhões de metros cúbicos de água.

O início da construção da barragem remonta aos anos de 1980 na gestão do então governador José Maranhão (PMDB). Sua fase final somente ocorreu por volta de 1999, sendo efetivamente concluída em agosto de 2002. Devido a fortes chuvas, após dois anos de construída, a barragem atingiu o seu nível máximo, causando danos para os moradores que ainda se encontravam dentro da área a ser alagada. Estudos realizados indicavam que demoraria, pelo menos, cinco anos para a cheia ocorrer.

 

O empreendimento causou o deslocamento de cinco mil pessoas – cerca de 900 famílias que viviam às margens do rio Paraíba. A barragem sangrou em  2006 e 2011. 

 

Severino Lopes

PBAgora

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