O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), localizado em João Pessoa, é uma das áreas verdes mais visitadas da cidade, recebendo cerca de 5 mil pessoas durante um fim de semana. Coordenado pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), o parque se destaca por sua atuação no atendimento e recuperação de animais vítimas do tráfico, resgates e maus-tratos.
Um caso que emocionou bastante quem visita o parque foi o da anta ‘Margarida’, uma jovem resgatada em Rondônia. Sua trajetória revela os desafios enfrentados pela fauna brasileira diante dos devastadores impactos das queimadas e da ação humana. Fugindo do fogo que consumia seu habitat, Margarida sofreu queimaduras graves, resultando em marcas permanentes e a perda de parte de sua orelha. Durante a fuga, ela foi atropelada em uma estrada, agravando ainda mais sua condição.
Encaminhada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Rondônia, Margarida recebeu cuidados intensivos por cerca de um ano. No entanto, as sequelas físicas e a dificuldade de locomoção tornaram inviável sua reintrodução à natureza. Em novembro de 2024, Margarida foi transferida para o Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, onde segue recebendo atenção especializada.
Chegando ao parque, ela passou por para avaliar a condição física de Margarida. Os resultados iniciais de sangue, urina e fezes estavam normais, assim como as imagens de ultrassom. Contudo, devido à musculatura robusta do animal, os raios-x não forneceram informações conclusivas sobre sua dificuldade de locomoção.
Em dezembro, foi realizada uma tomografia computadorizada como parte de uma força-tarefa envolvendo o Cetas de Rondônia, o Cetas da Paraíba, especialistas da clínica Interfisio Vet e veterinários parceiros, como Dr. Jefferson Cordeiro e Dra. Luana Castro. O exame revelou degenerações nos discos intervertebrais das vértebras lombares, além de uma possível displasia coxofemoral, condições que explicaram as limitações de mobilidade de Margarida.
Redação