Mais de 160 funcionários da Fundação Assistencial da Criança (Fundac) da Paraíba interromperam suas atividades durante esta quarta-feira (17), em protesto por melhores salários e condições de trabalho. Segundo os manifestantes, cerca de 330 adolescentes internados em três casas assistenciais ficarão sem atendimento adequado.
A paralisação poderá seguir por tempo indeterminado, caso não haja entendimento com a direção da fundação sobre as adequações solicitadas pelos trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Servidores da Fundac, os funcionários estão sofrendo com o desrespeito ao plano de cargos e carreira, defasagem salarial e falta de infraestrutura nos locais de trabalho.
Atualmente, funcionam na Paraíba apenas as casas de internações do Centro Educacional do Jovem (CEJ) e Abrigo Feminino, em João Pessoa ; o Lar do Garoto, em Lagoa Seca, no Agreste paraibano; e o Centro Educacional do Adolescente (CEA), em Sousa, no Sertão. Ao todo, são 650 servidores efetivos e comissionados lotados na fundação.
A presidente do sindicato, Lúcia de Fátima Brandão, alega que as reivindicações vem de muito tempo e as promessas não vem sendo cumpridas. “Não estão sendo respeitados nossos direitos. Caso não atendam nossos pedidos, paramos por tempo indeterminado. Queremos que haja uma definição de data base e índice de reajuste salarial para a categoria. Não determinamos ao Governo um percentual, pedimos apenas para sentar e conversar”, afirmou.
A Fundac afirma que houve encontros recentes sobre a situação dos servidores e garantiu receber os manifestantes para a manutenção do diálogo. “O diálogo está sempre aberto. Nós trouxeram pautas e todas foram pontuadas no que poderíamos ou não fazer. Sobre as condições de trabalho e de efetivo de agentes sociais, nós estamos tentando sanar progressivamente. Em fevereiro de 2013, haverá nova unidade em Mangabeira, João Pessoa, justamente melhorando essas condições”, disse a presidente da Fundac, Cassandra Figueiredo.
73 servidores paralisaram no Agreste
Segundo manifestantes, em Lagoa Seca, no Agreste paraibano, são 73 funcionários trabalhando em regime plantonista, sem condições de trabalho, cuidando de 90 internos no Lar do Garoto. “Não tem água encanada, três banheiros estão interditados, um banheiro é usado para guardar alimentos junto com material de limpeza, internos dormem no chão, não existe segurança na unidade. É uma unidade de risco”, afirmou o servidor José Marcelo.
Segundo a presidente da Fundac, o caso específico também está sendo avaliado. “O Lar do Garoto está bastante defasado. Estamos analisando o início do processo de licitação e já encaminhamos engenheiros para analisar o prédio. Precisamos da compreensão, porque estamos trabalhando com muita preocupação, dentro do possível, com uma situação absurda que foi deixada desde 2007”, explicou Cassandra Figueiredo.
G1
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