Setor produtivo prepara propostas para levar à Conferência Estadual

Substituição da pauta de importações da Paraíba, criação de uma ouvidoria para micro e pequenas empresas, oferta de incentivos, formação de mão de obra e inclusão dos paraibanos no mercado de consumo. Estes são alguns dos temas que o setor produtivo deve levar à “1ª Conferência Estadual sobre Desenvolvimento Sustentável”. O evento, que é apontado pelos representantes do setor produtivo como uma iniciativa inédita na Paraíba, será promovido pelo Governo do Estado durante os dias 24 e 25 de março, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.

O secretário de Estado de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, Renato Feliciano, destaca que o grande objetivo do evento é ouvir as demandas dos setores produtivos e de outros segmentos da sociedade para que o crescimento econômico, sustentabilidade ambiental e inclusão social saiam do discurso e se tornem realidade na Paraíba. “A conferência vai trazer à tona a discussão do desenvolvimento sustentável do Estado dentro da perspectiva de cada um destes segmentos, que vão contribuir para a criação de metas e diretrizes para o crescimento da Paraíba”, destacou.

No primeiro dia da conferência, o presidente da Federação da Indústria do Estado da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, vai apresentar o “Mapa de Oportunidades do Estado da Paraíba”, desenvolvido pela entidade. Gadelha afirmou que pretende enfatizar as oportunidades de investimento para a Paraíba nos setores primário (agricultura e mineração), secundário (indústria) e terciário (turismo e serviços). Ele contou, ainda, que vai apresentar a proposta de elaboração de uma pauta de substituição das importações da Paraíba, baseado nas informações de fluxo comercial do Estado.

“Há muitos produtos que a Paraíba importa que poderiam ser fabricados aqui. Um bom exemplo é o carvão vegetal, que é um produto simples de ser fabricado, mas nós importamos de Pernambuco, São Paulo e Sergipe”, explicou. Outra proposta que ele pretende levar à Conferência é a criação de uma ouvidoria para as micro e pequenas empresas do Estado. “Precisamos escutar as dificuldades dos micro e pequenos empresários e oferecer apoio técnico e de gestão para que estes negócios tenham sustentabilidade e acesso ao crédito”, afirmou.

No Centro das Indústrias do Estado da Paraíba (Ciep) e na Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado da Paraíba (Fecomércio-PB) já estão previstas reuniões no início da semana para definir as propostas que serão levadas à conferência. Em suas falas, os dirigentes deixam claras algumas demandas do setor nas áreas de tributos, incentivos, geração de emprego e capacitação de pessoal.

O presidente da Fecomércio-PB, Marconi Medeiros, defendeu que o desenvolvimento da Paraíba depende de um conjunto de fatores que precisam estar associados. “Só pode haver crescimento econômico no Estado se as empresas prestarem grandes serviços, com qualidade à população. Só acreditamos de fato em desenvolvimento se houver sustentabilidade ambiental e inclusão dos paraibanos nos mercados de trabalho e de consumo”, afirmou.

Já o presidente do Ciep, João da Mata, o evento dará ao Governo a oportunidade de ter informações sobre como andam as empresas do Estado. “A partir daí, é que se vai poder ajustar o que falta, em termos de incentivos, mão de obra, impostos, entre outras demandas”, afirmou.

Significado da iniciativa – O presidente da Fiep, Buega Gadelha, classificou a conferência como fruto de um momento novo vivenciado pela Paraíba, focado em uma proposta de desenvolvimento, baseada na formatação de políticas públicas por meio da parceria entre o Governo e a iniciativa privada.

“Isto é inédito no nosso Estado. Realmente, estamos com praticamente tudo para fazer na Paraíba. Temos excelentes oportunidades de investimentos no turismo, tanto no litoral como no interior; para projetos de irrigação com a captação das águas do Rio São Francisco; no extrativismo e industrialização de minérios”, afirmou Gadelha.

Para o presidente do Ciep, João da Mata, a conferência é uma iniciativa válida porque o Governo precisa estabelecer um diálogo com a iniciativa privada. Já o dirigente da Fecomércio-PB, Marconi Medeiros, destacou que o evento é de sua importância para que a economia paraibana se desenvolva de forma sustentável e inclusiva.

A conferência tem como público-alvo representantes de mais de 65 instituições e entidades (governamentais e privadas). Entre elas se destacam: os ministérios do Turismo, do Desenvolvimento Econômico e da Integração Nacional; Tribunal de Justiça do Estado; Assembleia Legislativa; câmaras e prefeituras municipais; UFPB; UFCG; UEPB; BNDES; BNB; Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; SEBRAE; Fiep; Faepa; Fecomércio-PB; Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba; Câmaras dos Diretores Lojistas (João Pessoa e Campina Grande); Ciep; e integrantes do trade turístico.

Secom PB