Toscano entrega dossiê sobre o SUS

O secretário de Saúde do Estado, médico cardiologista Mário Toscano, vai entregar nesta quarta-feira (19), em Brasília-DF, ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um dossiê completo sobre a situação caótica em que ele encontrou o SUS (Sistema Único de Saúde), aqui na Paraíba, desde que assumiu o cargo, no dia 1º de janeiro deste ano.

Na ocasião, ele também vai discutir com o ministro as providências tomadas no âmbito da prefeitura municipal de João Pessoa no combate à ameaça de surgimento de uma nova epidemia de dengue, durante o verão, aqui no Estado, devido à proliferação dos mosquitos transmissores da doença, o Aedes Egipty.

Mário considera o estilo de gestão preventiva antiepidêmica adotado por sua colega secretária municipal de Saúde da Capital, Roseana Meira, como sendo uma experiência muito bem sucedida, estando já pronta para servir de modelo tipo-exportação para o restante do território paraibano.

Acordo com fornecedores

Na 2ª feira passada, ele se reuniu com dois representantes de empresas que comercializam produtos de laboratórios farmacêuticos (remédios e outros insumos médicos) para fazer um pacto, em torno da volta do fornecimento de medicamentos excepcionais destinados a pacientes em tratamento de urgência (transplantados, hemofílicos, doentes renais crônicos, cardiopatas, etc), o que tinha sido interrompido há vários meses, desde o final do governo anterior.

Toscano fez um acordo com essas duas empresas, às quais o Estado deve a quantia de R$ 10 milhões a apenas uma delas e mais R$ 6 milhões à outra firma, totalizando um montante de R$ 16 milhões de dívidas acumuladas pelos seus antecessores na pasta, somente com esse tipo de aquisição de medicamento.

Parceria na Serra da Borborema

Mesmo com as dificuldades políticas que ainda estão entravando o relacionamento formal entre o governador Ricardo Coutinho (PSB) e o prefeito municipal de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego Segundo Neto (PMDB), o secretário de Saúde do Estado conseguiu realizar algumas parcerias com a PMCG, através da sua nova dirigente da pasta correlata, Tatiana Medeiros, recentemente empossada no cargo.

O motivo desse entendimento Estado-Prefeitura são as necessidades urgentes de desinterditar cinco leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que estavam desativados no Hospital de Emergência da cidade, por causa – inclusive – da existência de goteiras, pingando água diretamente do teto da sala sobre as camas.

No setor de atendimento de emergência do hospital não havia sequer um simples desfibrilador, aparelho de suporte à vida presente hoje em qualquer unidade de atendimento avançado do Samu e até mesmo em estádios de futebol, para atendimento de torcedores e atletas em situação de parada cardiorrespiratória.

O próprio secretário acha absurda essa situação:

– É impensável – hoje em dia – imaginar que exista um setor de urgência de um hospital público sem dispor desse equipamento essencial para ressuscitação de pacientes que dão entrada quase em óbito, mas que podem superar essa conjuntura de risco de morte se forem corretamente socorridos.

Treinamento para concursados

Quanto à questão dos novos servidores nomeados pelo ex-governador José Maranhão (PMDB) por força de decisão judicial e lotados no Hospital Regional de CG, o secretário disse que eles não poderão tomar posse assim de maneira tão imediata em seus respectivos cargos, sem antes terem sido pelo menos devidamente treinados para desempenhar suas funções específicas no dia-a-dia hospitalar.

Ele se refere aos 380 funcionários nomeados somente na área de Saúde, por força da decisão exarada na Ação Civil Pública n.º 200.2010.029.075-4, todos designados para exercício no Hospital Regional de Emergência “Dom Luis Gonzaga Fernandes”, localizado em Campina Grande, na função de médicos, enfermeiros, técnicos em laboratório, radiologistas, etc, em decorrência da aprovação em concurso público, cujo resultado foi homologado no dia 18 de dezembro de 2007, ainda pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB).

Ainda em relação ao Hospital de Trauma de CG, Dr. Mário explicou que também pediu um dossiê à construtora encarregada de terminar as obras de alvenaria, cujo prazo mínimo previsto é de mais 60 dias, muito embora a referida casa de saúde já tenha sido até mesmo inaugurada em solenidade oficial e “entregue” à população campinense, apesar de permanecer com suas portas fechadas ao público, por não ter condições mínimas de funcionamento.

Impasse político no Cariri

Mário Toscano disse que nunca foi procurado pelo deputado estadual João Henrique (DEM) para tentar solucionar o impasse gerado em torno da nomeação do médico Ranieri Félix Sena (genro do parlamentar e da prefeita municipal Ednancé Alves Silvestre Henrique, esposa dele), como diretor-geral do Hospital Santa Filomena, localizado em Monteiro.

Enquanto isso, correm especulações em torno de três nomes que poderiam ser aproveitados pelo governador, caso continue sem solução o problema gerado entre o parlamentar democrata e o governador socialista.

1) Dr. Ricardo “Tata” (veterinário) que estava cotado para assumir como coordenador-geral do 5º Núcleo Regional de Saúde e acabou não sendo nomeado pelo governador;

2) Dr. Nilo Feitosa de Oliveira (ex-diretor-médico do próprio hospital Santa Filomena, clínico geral e cirurgião, que também trabalha em casas de saúde particulares localizadas nos municípios de Sumé-PB e Sertânia-PE);

3) Eugênio Henrique (atual vice-prefeito, irmão desafeto do deputado estadual João Henrique, pois é intrigado dele, desde o final da campanha política passada).

Coluna de Giovanni Meireles