Tropas da Força Nacional embarcaram nesta quinta-feira (20), no hangar da Polícia Federal em Brasília, em direção ao Ceará. Parte dos agentes viajam em um avião que decolou por volta das 8h. A chegada está prevista para 10h45. A outra parte tem embarque marcado para as 15h.
O envio da Força Nacional para o estado nordestino foi autorizado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, após pedido do governador Camilo Santana (PT). O Ceará enfrenta uma greve de policiais militares que reivindicam aumento salarial. Nesta quarta (19), o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado quando tentava entrar com uma retroescavadeira em um batalhão da Polícia Militar na cidade de Sobral.
Homens e mulheres da Força Nacional baseados na cidade pernambucana de Paulista já haviam se deslocado para o Ceará nesta quarta.
O governo federal afirma que, por motivos de segurança, não informa o tamanho do efetivo que vai atuar no estado.
Em 2017, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou ilegais greves de policiais militares e agentes penitenciários. A maioria dos ministros entendeu que, por se tratar de um braço armado do Estado, a polícia não pode fazer paralisação. A decisão teve repercussão geral, ou seja, vale para todos os casos de greve de polícias que cheguem à qualquer instância da Justiça.
Greve de policiais
Um projeto que tramita na Assembleia Legislativa do Ceará aumento o salário de um soldado militar de R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, em reajuste progressivo até 2022.
Um grupo de policiais insatisfeito com a proposta realiza desde terça-feira (18) atos que a Secretaria da Segurança Pública do Ceará considera “motim” e “vandalismo”.
Ainda nesta terça, três policiais foram presos por cercarem veículo da polícia e furarem os pneus.
Segundo o governo do estado, o ato é uma tentativa ilegal de impedir a atuação de policiais.
Nesta quarta-feira, pelo menos quatro batalhões da Polícia Militar foram invadidos por homens mascarados. Eles retiraram veículos policiais das bases militares e rasgaram os pneus com objetos cortantes.
O governo do estado anunciou a abertura de processo disciplinar contra mais de 200 policiais dissidentes. Também anunciou que solicitou o reforço da Força Nacional e cortou o repasse de verba para associações policiais que, de acordo com o governo, apoiam os atos grevistas.
G1