União pede ao STF que reduza impacto de revisão da vida toda no INSS

PUBLICIDADE

A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a revisão da vida toda de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em dezembro, o plenário da Corte autorizou o recálculo do benefício para incluir contribuições anteriores à implantação do Plano Real, em 1994.

A decisão beneficiou, sobretudo, os aposentados que fizeram contribuições altas antes de 1994 e que buscaram na Justiça o recálculo de seus benefícios. Agora, a AGU pede que todos os processos judiciais ligados ao assunto sejam suspensos até que o Supremo esclareça diversos pontos questionados pela União, que disse haver pontos obscuros no julgamento.

Um dos principais pedidos da AGU é para que a decisão do Supremo tenha efeitos somente daqui para frente, não permitindo a revisão de aposentadorias já pagas, vedando, na prática, que beneficiários peçam o pagamento de valores atrasados a que teriam direito.

Outro pedido da União é para que o Supremo estabeleça quando ocorre a prescrição do direito, ou seja, a partir de quanto tempo os beneficiários perdem o direito de pleitear o recálculo da aposentadoria. A ideia é evitar que seja exigido o pagamento de resíduos referentes a parcelas pagas há décadas.

Em suma, a União deseja que o Supremo exclua do julgamento benefícios já extintos e também os quitados sob as regras antigas, de modo que não haja efeito retroativo da decisão. Outra solicitação é para que não seja possível pedir o recálculo caso o beneficiário já tenha tido o procedimento negado em definitivo pela Justiça, antes do novo entendimento do STF.

Tais providências seriam necessárias “para preservação da segurança jurídica e em razão do impacto da nova tese de repercussão geral sobre as contas públicas, bem como levando em conta os limites da capacidade administrativa do INSS”, diz o texto dos embargos de declaração apresentados pela AGU.

A petição cita também as dificuldades administrativas no INSS para processar o recálculo de quem tem direito. Isso porque, de acordo com manifestação do instituto no processo, os sistemas atuais não permitem a inserção de valores anteriores ao Plano Real. Para modificar os programas, será necessário fazer investimentos tecnológicos.

Entenda

O processo julgado pelo STF trata de um recurso do INSS contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que garantiu a um segurado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) a possibilidade de revisão do benefício com base nas contribuições sobre o período anterior ao ano de 1994.

Durante a tramitação do processo, associações que defendem os aposentados pediram que as contribuições previdenciárias realizadas antes de julho de 1994 fossem consideradas no cálculo dos benefícios. Essas contribuições pararam de ser consideradas em decorrência da reforma da Previdência de 1999, cujas regras de transição excluíam da conta os pagamentos antes do Plano Real.

Segundo as entidades, segurados do INSS tiveram redução do benefício em função da desconsideração dessas contribuições.

Responsável pela gestão do órgão, o governo federal sustentou no STF que a mudança agrava a situação fiscal do país, com impactos previstos de até R$ 46 bilhões aos cofres públicos pelos próximos dez a 15 anos.

Em fevereiro deste ano, o plenário virtual do STF já tinha formado maioria de 6 votos a 5 a favor da revisão da vida toda. Em seguida, um pedido de destaque do ministro Nunes Marques suspendeu o julgamento virtual, e a questão foi remetida ao plenário físico.

Agência Brasil 

PUBLICIDADE

Últimas notícias

2º turno: Marcelo Queiroga promete manter programas sociais e Cícero Lucena garante investir no setor cultural de João Pessoa

A disputa pela prefeitura de João Pessoa, segue acirrada. Os dois candidatos que disputam o…

17 de outubro de 2024

Cícero detona proposta de segregação de candidato do PL à PMJP e defende inclusão de autistas nas escolas da Capital 

O candidato à reeleição para a Prefeitura de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), em entrevista…

17 de outubro de 2024

Presidente do MDB de JP endossa neutralidade da legenda no 2º turno, em João Pessoa

Em entrevista nesta quinta-feira (17), o presidente do MDB em João Pessoa e vereador reeleito,…

17 de outubro de 2024

Enivaldo Ribeiro anuncia reunião com deputados do PP para harmonizar relação com João: “O que vale é daqui pra frente”

O presidente estadual do Progressistas (PP), Enivaldo Ribeiro, em entrevista nesta quinta-feira (17), sinalizou que…

17 de outubro de 2024

Setor imobiliário da Paraíba estima queda de 35% nas vendas com novas regras de financiamento da Caixa

A Caixa Econômica Federal anunciou mudanças no financiamento imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de…

17 de outubro de 2024

Na PB, vereador presidente de Câmara terá que devolver quase R$ 100 mil aos cofres públicos por gasto sem comprovação

Despesas administrativas não comprovadas acarretaram ao então presidente da Câmara de Vereadores de Cacimbas, José…

17 de outubro de 2024