A Paraíba sempre teve destaque com o algodão, um exemplo disso foi a cidade de Campina Grande, que teve seu desenvolvimento baseado no cultivo desse produto, chegando a ser a segunda maior exportadora de algodão do mundo. O ciclo do ouro branco não marcou só o município, mas todo o estado.
Na última sexta-feira, 31 de março, a Usina de Beneficiamento de Algodão Orgânico da cidade de Pirpirituba, no Agreste paraibano, foi reinaugurada após mais de três décadas de inatividade. A usina, que foi aberta pela primeira vez no início da década de 80, havia sido desativada após atingir a demanda de descaroçamento de algodão na região.
A proposta de reabertura da usina foi realizada através do Instituto Casaca de Couro em conjunto com o Governo do Estado da Paraíba e da Prefeitura Municipal de Pirpirituba, para tornar a região um destaque no beneficiamento do algodão orgânico no Nordeste. Esse convênio para a revitalização da usina, foi realizado ainda no final de 2021, com o objetivo de tornar o município uma referência no beneficiamento do algodão orgânico, gerando desenvolvimento para a região.
Durante a solenidade de reativação da usina estiveram presentes o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário da Paraíba, João Fernandes Queiroz, a presidente de honra do Instituto Casaca de Couro, Maysa Gadelha e o presidente executivo do instituto, Vlaminck Paiva. A assessora especial do Centro Integrado de Apoio à Gestão da FIEP, Gricélia Pinheiro, também esteve no evento.
A presidente do Instituto Casaca de Couro, Maysa Motta Gadelha, explicou que a ideia da revitalização surgiu da necessidade de aproveitamento desses espaços para dar conta da demanda surgida após parcerias com outros estados e com o intuito de transformar a região em um vetor de desenvolvimento do cultivo de algodão no Nordeste. “Nós havíamos visitado a usina em 2016, e isso não saiu da nossa cabeça, porque era um lugar que estava fechado há 32 anos. Já em 2021 nós fomos ao governo do Rio Grande do Norte e fizemos uma parceria que aumentou substancialmente a demanda de algodão orgânico para o nosso projeto. Então, nós precisávamos de um espaço confinado, que fosse distante dos campos de algodão convencional, para que fosse feito um descaroçamento sem que houvesse riscos de misturar sementes orgânicas com transgênicas”, disse.
A partir da visita realizada na usina e com o aumento do volume de algodão, somando as produções paraibana e potiguar, foram firmadas parcerias para revitalizar a usina da Pirpirituba. “Como a gente já tinha ido visitar esse local, a partir do momento que vimos que iríamos ter um volume alto de algodão, juntando as produções da Paraíba e do Rio Grande do Norte, a gente firmou parcerias para revitalizar a usina. Através da Norfil, conseguimos cooperação de grandes marcas do ramo têxtil e confecção para a aquisição desses produtos”, concluiu a presidente do Instituto Casaca de Couro.
“Nós trabalhamos com um algodão diferenciado desde o ano de 2000, e fomos pioneiros no algodão colorido, sempre em parceria com o SESI, com o SENAI e com a própria federação das indústrias. A partir de 2015/2016 nós resolvemos investir no algodão branco e não colorido, e começamos a desenvolver uma metodologia no campo para que atendesse todos os gargalos e as necessidades dos agricultores familiares, foi então que começamos a plantar algodão no estado da Paraíba com o apoio da Emater. O volume foi crescendo, já que o algodão branco é mais comercial do que o colorido, que atende só a um nicho de mercado e o algodão branco, mesmo orgânico, tem uma maior capacidade de comercialização porque pode ser tingido. Então começamos com a parceria com a Norfil, que é uma empresa parceira também do SENAI, lá em João Pessoa, e começamos a investir e aumentar esse plantio”, explicou Maysa Motta Gadelha, presidente do Instituto Casaca de Couro.
Com o apoio de empresas como a Calvin Klein, a Malhas Menegotti, a malharia Anselmi e o Instituto Lojas Riachuelo, através da Norfil, o projeto busca estimular a reindustrialização da cadeia têxtil e do vestuário na Paraíba. A reativação da Usina de Beneficiamento de Algodão de Pirpirituba também é uma forma de valorizar a agricultura familiar, já que o local passa a ser focado no processamento de descaroçamento de algodão orgânico e agroecológico produzido por agricultores da região. A safra resultante de plantios supervisionados pelos técnicos da Emater, no Rio Grande do Norte, e da Empaer, na Paraíba, será processada na usina, livre de contaminação por organismos geneticamente modificados, de forma segura, rápida e eficiente.
Da cadeia têxtil paraibana, também faz parte o Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e Confecção, em João Pessoa, que oferece soluções tecnológicas em moda sustentável, têxtil e confecções. O instituto realiza, ainda, consultorias nas áreas de implantação de sistemas de produção ecoeficientes, gestão e modernização de plantas industriais, inovação e design de moda, além de ensaios laboratoriais e desenvolvimento de produtos e processos de conceito sustentável e de modelagem.
Assessoria / Fiep
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