Parar com um veículo nos semáforos da cidade é sinônimo de perigo constante em face da existências de vários limpadores de pára-brisas que, vez por outra, causam dor de cabeça aos motoristas. Insistentes e nem sempre simpáticos, e quase sempre maltrapilhos e sujos, eles abordam os motoristas geralmente já limpando o “vidro” do veículo antes de pedir um “trocado”. Uma recusa por parte do motorista pode ser perigosa.
O problema é verificado com frequência em locais centrais da capital e tem provocado o receio dos lavadores com seus potenciais clientes. Enquanto os motoristas consideram a abordagem agressiva, os lavadores denunciam sofrer ameaças, por vezes até com armas de fogo.
“Já botaram pistola na minha cara duas vezes. Uma vez lavei os dois para-brisas do carro de uma mulher. Quando terminei, ela bateu no vidro chamando, me aproximei e ela me mostrou uma pistola, ficou dizendo umas coisas”, contou o limpador Kleyton Kleberson, de 21 anos.
Ele disse que costumava trabalhar como pedreiro, mas foi parar nos semáforos porque não estava conseguindo emprego e tem duas filhas para sustentar. “Se tivesse trabalho eu seguiria minha carreira de pedreiro. A gente não fica aqui porque quer”, disse.
O autônomo José Hélio afirmou que compreende que os limpadores estão “tentando ganhar seu dinheirinho”, mas para ele, falta educação na abordagem. “A maneira que eles agem é um pouco abusiva, já chegam jogando água sem pedir licença. Se a pessoa estiver com o vidro do carro aberto, às vezes até se molha. Se eles chegassem e pedissem licença, perguntassem antes de molhar, seria diferente”, disse. “Eu não me incomodo muito, mas às vezes se não tiver dinheiro pra dar eles se ofendem”, disse outro motorista.
Redação