Quem passeia pela orla de João Pessoa se depara facilmente com expositores de peças de artesanato, que vão desde pulseiras, colares, brincos, até objetos maiores como quadros e utensílios de decoração. Em alguns locais, esse cenário se completa com uma barraquinha de campo instalada na faixa de areia, em baixo de árvores, que servem de moradia para alguns desses artesãos. A ocupação com barracas, no entanto, tem dividido opiniões e já foi alvo de várias ações de órgãos da Prefeitura, com demolição dos acampamentos e apreensão de mercadorias.
Os artesãos reclamam de perseguição e insistem que não causam danos à orla. Na praia de Tambaú, por exemplo, existem três tipos de ambulantes, que se intitulam “artesãos nômades”: os que moram em João Pessoa, os viajantes que passam longas temporadas na Capital e os viajantes de apenas alguns dias. Alguns destes últimos são considerados problema até mesmo pelos próprios artesãos, que os acusam de não ter compromisso com a localidade e praticarem atos de vandalismo.
Onilon Pedro de Sousa herdou dos pais a arte de fazer bijuterias e objetos de decoração, com técnicas manuais, usando arames e outros materiais recicláveis. “Houve um momento da minha vida em que tentei uma profissão convencional. Trabalhei como mecânico durante uns seis anos, mas não deu certo. Não era o meu talento. É isso aqui que sei faze bem. É isso aqui que gosto de fazer. No começo me virava pela praia, mas hoje já tenho minha casa, aqui mesmo em Tambaú. Passo o dia aqui na praia para vender minha arte, mas toda necessidade que tenho, banho ou outras coisas, vou em minha casa”, disse. Pedro vende artesanato na orla há cerca de seis anos e disse que já perdeu a conta de quantas vezes teve a mercadoria apreendida pelos agentes da Prefeitura, que realizam fiscalizações constantes do comércio irregular no calçadão.
“Só barracas de campo, quando eu ficava por aqui mesmo, perdi cinco. Eles dizem para irmos buscar a mercadoria na Prefeitura, mas a burocracia é grande”, reclamou, reforçando que, apesar das fiscalizações, ele sempre volta para vender seus artesanatos no local. Ao lado do tabuleiro de Pedro estava a mercadoria de Jeferson Oliveira, conhecido por “Punk”. Ele é um viajante de longas temporadas, que já esteve em João Pessoa por várias temporadas. “Eu não queria nem uma casa ou estrutura parecida. Consigo me virar bem aqui na barraca mesmo.
Quando preciso de banheiro vou ali na feirinha e pago um real para usar. Pago R$ 3 ao cara do fiteiro aqui para dar uma carga no celular e assim vou me virando. Eu só queria não ser perseguido. Somos vistos como marginais, vândalos, quando na verdade somos artesãos e queremos apenas o nosso sustento.
Nas fiscalizações, dizem que nós estamos infringindo a Lei ambiental porque colocamos barracas. Mas os donos dos quiosques vivem desmatando, cortando árvores e nada acontece com eles”, disse.
Redação
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