As gravações telefônicas interceptadas pela Operação Abadir, com desfecho na madrugada desta quarta-feira (12), flagraram um homem conhecido como Novato, que seria encarregado de fazer execuções para o grupo criminoso, narrando um homicídio para o suspeito de chefiar a quadrilha de dentro de um presídio da cidade de João Pessoa (assista no vídeo ao lado).
No áudio, o preso fala para o assassino matar um jovem de 17 anos. Logo depois é possível ouvir vários tiros sendo disparados. A polícia encontrou no dia 30 de novembro, após a gravação, um adolescente morto, vítima de tiros e facadas no município de Cabedelo.
“Tô dando facada aí agora, tô dando facada”, diz o Novato através do celular, no momento em que supostamente cravava uma faca no pescoço da vítima.
A ação
A Operação Abadir resultou na prisão de 10 pessoas suspeitas de integrar um grupo de tráfico de drogas e execução, e precisou ser antecipada para evitar que mais pessoas fossem assassinadas pelo grupo.
De acordo com o delegado do Grupo de Operação Especiais (GOE) da Polícia Civil, Cristiano Jacques de Lima, o grupo preso é responsável por cinco homicídios e outras sete pessoas estavam na lista do grupo para serem mortas. A operação aconteceu nas cidades de João Pessoa e Cabedelo e teve seu desfecho na madrugada desta quarta-feira (12).
Segundo Jacques, será solicitada a transferência dos dois indicados como chefes do grupo e que já estão presos, para presídios federais. “Ficou provado que estas casas de detenção não são empecilho para que eles continuem agindo fora delas. Eles faziam desses presídios verdadeiros quarteis generais, dando ordens por telefone e inclusive acompanhado mortes de rivais pelo celular. Irei pedir a transferência dos dois líderes da facção para presídios federais. Ao concluirmos este inquérito, iremos abrir outro para que se investigue como estes celulares entraram nos presídios”, comentou.
Para Cristiano Jacques, com a prisão das dez pessoas, sendo uma delas o principal executor do grupo, o número de homicídio em Cabedelo, área de ação do facção, deve diminuir nos próximos meses. O grupo preso vai responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e homicídio. Nos últimos cinco meses o GOE efetuou 100 prisões na Paraíba.
G1PB
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