O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, rebateu nesta quinta-feira (9) as declarações do presidente Jair Bolsonaro da última terça-feira (7), no qual voltou a criticar a Corte e a realização das eleições sem o voto impresso. Ele disse que Bolsonaro é “farsante” e age com “covardia” ao criticar a Justiça Eleitoral.
Ao responder à fala do presidente de que não poderia “participar de uma farsa como essa patrocinada pelo presidente do TSE”, Barroso disse que Bolsonaro pratica uma “retórica vazia”, porque nunca apresentou provas de fraude em eleições passadas, como havia prometido.
“Após uma live que deverá figurar em qualquer futura antologia de eventos bizarros, [Bolsonaro] foi intimado pelo TSE para cumprir o dever jurídico de apresentar as provas, se as tivesse. Não apresentou. É tudo retórica vazia, contra pessoas que trabalham sério e com amor ao Brasil, como somos todos nós aqui. Retórica vazia, política de palanque. Hoje em dia, salvos os fanáticos, que são cegos pelo radicalismo, e os mercenários, que são cegos pela monetização da mentira, todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história”, disse Barroso, no início da sessão desta quinta (9) do TSE.
O presidente da Corte respondeu a cada uma das falas de Bolsonaro contra a Justiça Eleitoral na Avenida Paulista, durante manifestação em 7 de setembro. Negou, por exemplo, que tenha praticado “ativismo legislativo” ao comparecer a audiências públicas no Congresso para debater o voto impresso, que acabou rejeitado pela Câmara. Disse que foi convidado pelos próprios deputados que defendiam a proposta para expor as razões do TSE. E criticou Bolsonaro por voltar a defender a votação em papel após ter prometido que encerraria o assunto com a derrota da PEC na Câmara.
“O presidente da República, como ontem lembrou o presidente da Câmara [Arthur Lira], afirmou que após a votação da proposta, o assunto estaria encerrado. Não cumpriu a palavra. Seja como for, é uma covardia atacar a Justiça Eleitoral, por falta de coragem de atacar o Congresso, que é quem decide a matéria”, disse Barroso.
Em vários momentos, o presidente do TSE disse que Bolsonaro pratica a mentira. Afirmou que ele usou uma “máquina governamental de propaganda” para criar artificialmente numa minoria de eleitores a dúvida sobre o processo eleitoral. “Assim que pararem de circular as mentiras, as dúvidas se dissiparão”. Em outro trecho do discurso, condenando “discursos de ódio, campanhas de desinformação e teorias conspiratórias infundadas”, provocou: “O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: ‘Conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará'”.
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Fonte: Gazeta do Povo
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