“Caso Andrezza”: Vicuuna continua investigando

Mesmo com o nome na lista de exonerações de Delegados de Polícia Civil publicada na última quinta-feira (23), no Diário Oficial do Estado, a então delegada titular da Delegacia de Homicídios em João Pessoa, Daniela Vicuuna, não deixará as investigações que apuram o desaparecimento da jovem Andrezza Guedes da Costa e o homicídio do namorado de Andrezza, Alexsandro Fontinelli, morto a tiros e carbonizado no interior do próprio veículo, na praia de Jacarapé, em João Pessoa.

Daniela Vicuuna foi designada em caráter especial para investigar o “Caso Andrezza” e, por este motivo, continua empenhada nas investigações.

Reabertura do inquérito

Em depoimento à CPI da Pedofilia, no Congresso Nacional, um traficante encapuzado e não-identificado declarou abertamente que a jovem paraibana Andrezza Guedes da Costa está viva e convive atualmente com a quadrilha do traficante Fernandinho Beira-Mar.

A declaração foi veiculada ao vivo no programa Brasil Urgente, do jornalista Luiz Datena, e repercutiu de imediato na Paraíba, provocando uma reviravolta no caso, que movimentou o noticiário paraibano em 1998, quando Andreza foi dada como assassinada.

Minutos depois da veiculação do depoimento, o pai da jovem, Sebastião Guedes da Costa, procurou a imprensa querendo dar declarações sobre o caso.

"Eu sempre soube que ela não foi morta e que a Polícia criou um farsa, chegando a prender os supostos assassinos", disparou o pai de Andrezza.

O depoimento

A declaração de que Andrezza está viva foi dada durante depoimento à CPI da Pedofilia, quando um traficante, encapuzado, contava aos senadores e deputados esquema que resultaria no sequestro da filha do senador Magno Malta, presidente da Comissão.

Em determinando momento, o traficante falou que manteve contatos com "uma menina que havia sumido na Paraíba" e que hoje vive com um tal de Hilton, vulgo Geladeira, da quadrilha do traficante Fernandinho Beira-Mar.

"Exijo como cidadão que esse caso seja reaberto", pediu Sebastião Guedes na ocasião.

Andrezza desapareceu em janeiro de 1998. O inquérito policial deu conta de que ela foi assassinada pelo então namorado, que foi encontrado morto.

Três acusados foram presos e dados como culpados do crime. O pai de Andrezza nunca se conformou com a versão apresentada pela Polícia.

Ex-secretário reafirma inquérito e diz: “Andrezza está morta”

O ex-secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Pedro Adelson, que na ocasião do crime ocupava a titularidade da pasta, afirma que não acredita na hipótese de Andrezza está viva.

Para Pedro Adelson, não houve erro da polícia paraibana no inquérito do “Caso Andrezza”, pois todo processo foi acompanhado por três promotores, pelo Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Sobre a reabertura do processo, na época Adelson declarou que “No final de tudo, a reabertura do inquérito, confirmará as investigações feitas pelas autoridades policiais na época do processo”.

“Não acredito na hipótese de Andrezza estar viva, mas se ela aparecer terá que contar detalhes desta longa história. Andrezza está morta, e isso foi o que ficou apurado pelo inquérito policial da época”.

O outro lado: mãe de Alexsandro diz que perdoaria Andrezza

Em entrevista à imprensa na época da reviravolta no caso, a mãe e a irmã, Walquíria Fontinelli e Priscilla Fontinelli, disseram a reabertura do inquérito desmentirá a informação que Alexsandro Fontinelli era envolvido em drogas.

“A verdadeira vítima desse caso foi o meu filho”, disse.

Na ocasião, a mãe de Alexsandro disse que perdoaria Andrezza caso fosse confirmado que ela estava envolvida na morte do filho.

Elas revelaram que Andrezza Costa freqüentava a casa do namorado constantemente, mas desconheciam as amizades dela. “Ela nunca demonstrou ser uma pessoa de índole ruim”, revelou a irmã. Priscilla disse também que o casal passou cerca de seis meses separado.

Thiago Moraes