Caso Priscila Vanessa: júri acontece hoje, crime ocorreu em 2016, em João Pessoa

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Ocorre na manhã de hoje (10), o aguardado júri popular de Carlos Eduardo, acusado de assassinar a nutricionista Priscila Vanessa Lins Mendonça, 35 anos. O crime, que ocorreu em 2016, no bairro Muçumagro, em João Pessoa, será submetido à Justiça da Paraíba após sete anos de espera. O julgamento chegou a ser marcado para o dia 8 de setembro desse ano, mas foi adiado.

De acordo com testemunhas, durante a madrugada de 18 de julho de 2016, um tiro foi ouvido. Minutos depois, Carlos Eduardo emergiu da residência, pedindo ajuda e alegando que a esposa havia tirado a própria vida. No entanto, as investigações da Polícia Civil, respaldadas por laudos periciais, indicaram que Carlos Eduardo era o único suspeito, e o caso não se tratava de suicídio, mas sim de homicídio.

Em entrevista à imprensa a família diz que espera que a justiça prevaleça e Carlos Eduardo seja condenado, uma vez que todas as evidências apontam para sua autoria no crime. Na época, o perito Herbet Bozon analisou o local do crime e concluiu que a cena estava totalmente incompatível com um suicídio. Itens haviam sido manipulados, a arma estava fora do lugar, e as marcas de sangue no corpo da vítima não eram coerentes com um tiro na cabeça e uma queda. Bozon enfatizou que os resíduos de chumbo na mão da vítima não coincidiam com a entrada do projétil, indicando um disparo à distância. Ele reforçou que todos os elementos apontavam para um homicídio e não um suicídio.

Na época, a delegada Maria das Dores, após análises e diligências, afirmou que as evidências apontavam para Carlos Eduardo. Contradições em seus depoimentos, testemunhos de vizinhos e a alteração da cena do crime para dificultar as investigações foram fatores determinantes. A família acrescentou que o julgamento de Carlos Eduardo, além de trazer o sentimento de justiça sendo feita é um passo importante no enfrentamento da violência contra a mulher. Mesmo após anos de espera e obstáculos, a família de Priscila Vanessa espera justiça, trazendo um pouco de paz a uma história marcada por tragédia e dor.

Defesa contesta perícia de caso

A defesa do acusado, por sua vez, aponta fragilidades na tese de que ela teria sido assassinada pelo ex-marido. Características básicas da cena do crime teriam sido ignoradas durante a perícia, de maneira equivocada, além de terem havido divergências também nos laudos oficiais do projétil. O júri popular está marcado para o próximo dia 10 de outubro.

“Podemos ver incoerências na tese de acusação inclusive inicialmente, na perícia oficial, quando houve divergências entre o legista e o perito criminal nos laudos oficiais”, afirma o perito médico forense Antônio Nunes, assistente técnico da defesa. Ele destaca, por exemplo, as incongruências nas características apontadas dos formatos do orifício de entrada e saída do projétil, além de terem sido ignoradas características da cena do crime, como gotas de sangue, objetos encontrados no local e angulação da arma.

O advogado de defesa do caso, Yuri Herculano, ressalta ainda a ausência de testemunhas que apontassem qualquer tipo de comportamento violento entre o casal. “Toda a acusação se baseia em uma análise pericial precipitada, corroborada pela ausência do exame de corpo de delito do acusado, em cujas mãos foi sequer feito um exame residual de pólvora”, aponta o advogado.

O júri popular foi marcado originalmente para o dia 8 de agosto, mas foi remarcado para hoje por requerimento do próprio Ministério Público, após a juntada e anexação das fotografias solicitadas pela defesa. “Foram juntadas fotografias novas que, inclusive, nunca haviam sido trazidas ao caso, e que reforçam que Carlos Eduardo não cometeu nenhum crime, o que ocorreu foi uma infeliz fatalidade da vítima ter tirado a própria vida”, afirma.

 

Redação

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