Sentimentos de dor e revolta. Foi assim que uma família que reside no Distrito Industrial, em Campina Grande, terminou a terça-feira de carnaval. Por volta das 16h de anteontem, um menino de apenas oito anos foi espancado e violentado sexualmente. O acusado é o mototaxista clandestino Amauri Oliveira Santos, 26 anos, morador do bairro do Tambor. O crime ocorreu quando o garoto cuidava de alguns animais pertencentes ao pai dele, que é criador de gado e tem 53 anos de idade. O fato ocorreu em um matagal nas proximidades da casa da família.
A história começou no final da tarde, quando ele, em companhia de dois irmãos, cuidava de seis vacas. Eles observavam os bovinos para evitar que eles fugissem. "Tava ele e mais dois dos meus filhos olhando as vacas. Em determinado momento, um dos animais saiu de perto do rebanho. Foi aí que o meu filho de oito anos resolveu ir em busca da vaca enquanto os outros ficaram no local. Quando ele se afastou, passou o rapaz na moto e abordou a vítima em um matagal, bem próximo a uma construção. Ele parou a moto, puxou no braço do menino e entrou no mato. Meu filho contou que ele estava armado com uma faca e exigia todo tempo que ele tirasse a roupa. O acusado obrigou meu filho a fazer tudo que ele queria. Quando se recusava, o bandido agredia meu filho com socos no rosto", revelou o pai do garoto.
Com a vítima feita refém, o acusado praticou relação sexual com o menino. Um dos irmãos do garoto percebeu que algo de errado estava ocorrendo e resolveu ir procurar a vítima. "Ele logo viu a moto parada próximo ao matagal. Quando foi chegando perto, ele disse que ouviu o irmão gritando, foi aí que ele pegou um pedaço de pau e correu atrás do mototaxista. Quando o bandido viu que o irmão do menino estava chegando, correu, subiu na moto e conseguiu fugir. O que ele não esperava é que meu filho tivesse anotado a placa do veículo, foi isso que ajudou a polícia a localizá-lo", completou o pai da vítima.
Acusado e vítima passaram cerca de 15 minutos juntos. Depois que o mototaxista foi embora, a vítima foi levada para casa pelos próprios irmãos. Ao encontrar a mãe, o estudante chorava bastante e se queixava de dores no peito. "Ele chegou aqui chorando muito, suado, sujo de sangue e com muito cansaço, se queixando de dor no peito. Enquanto eu tentava acalmá-lo meus outros dois meninos contaram o que realmente havia acontecido. Eu corri com ele para o hospital e meu marido cuidou em chamar a polícia. Quando chegamos no hospital, que o médico analisou meu filho, comprovou logo que ele havia sido vítima de um abuso sexual", contou a mãe do menor, uma dona de casa de 50 anos.
O garoto foi encaminhado para o Hospital Regional Dom Luiz Gonzaga Fernandes. No estabelecimento ele foi submetido a vários exames, que comprovaram os abusos sexuais. Depois o menor ainda foi levado para a Unidade de Medicina Legal (UML), onde foram realizados exames de corpo delito. Segundo a polícia, todas as análises comprovaram as agressões sofridas pela criança.
Prisão
Depois que tomou conhecimento dos abusos que seu filho foi vítima, o pai do menino acionou a Polícia Militar, que rapidamente compareceu ao local e colheu os dados sobre o crime. De posse da placa da moto do acusado, os pm`s realizaram uma consulta ao Infoseg e descobriram o endereço do acusado. Dez minutos depois, o mototaxista clandestino Amauri Oliveira Santos, 26 anos, foi preso em sua própria residência, localizada na rua do Tambor, no bairro do mesmo nome.
Em relato feito na Polícia Civil, os policiais militares que efetuaram a prisão do acusado disseram que no instante da prisão o mototaxista trajava a mesma roupa que vestia no momento que praticou o abuso sexual contra o menor. "Quando chegamos na casa dele, ele estava deitado na sala, assistindo televisão, como se estivesse descansando. A bermuda e a cueca ainda estavam sujas de sangue, provavelmente, marcas do menino abusado sexualmente. Ele não tentou fugir porque não havia como. Nós capturamos o acusado em flagrante", comentou um dos cabos da PM que atendeu a ocorrência e pediu para não ter a identidade revelada.
Diário da Borborema