Os recentes ataques de hackers a órgãos públicos e vazamentos de dados pessoais de milhões de brasileiros chamaram a atenção para a urgência do combate aos cibercrimes. O número de crimes virtuais cometidos pela internet vem aumentado de modo alarmante, somente no nosso estado diversos políticos paraibanos já foram vítimas como o vice-governador, Lucas Ribeiro (PP), Walber Virgolino, a deputada Jane Panta, até o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). Neste âmbito o portal ouviu especialistas em cibersegurança que alertam para o crescimento desse crime e aproveitam para dar dicas de como você pode se proteger.
Para o especialista em cibersegurança da internet, Carlos Bruno Ferreira da Silva, outros países estão mais adiantados que o Brasil em termos de legislação, citando casos de empresas que foram condenadas a pagar pesadas multas, na Europa e nos Estados Unidos, por não terem protegido adequadamente os dados de seus clientes. “A diferença é que nesses países esses vazamentos têm consequências. Há uma compreensão de que os vazamentos são muito, muito sérios. Quem controla os dados tem uma obrigação enorme em segurança”, disse explicou.
Assim também pensa Patrícia Peck Pinheiro, advogada especialista no tema, onde alertou que o Brasil “virou o alvo número um” dos cibercriminosos, e questionou se a legislação poderia ser aperfeiçoada para tipificar o crime de sequestro de dados pessoais, não vai ser “trabalhando de forma isolada” que se chegará a um resultado mais efetivo.
Quem também fala sobre esse tema é o professor do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Carlos Eduardo Batista. “Entre os golpes mais populares está o ‘phishing’, que consiste em golpistas enviando mensagens falsas para obter informações pessoais ou financeiras. No Brasil, temos o golpe que ocorre a partir de aplicativos de mensagem, como o WhatsApp, no qual os golpistas se aproveitam de informações obtidas em vazamentos de dados para se passar por outra pessoa e solicitar pagamentos”, disse.
Ainda de acordo com Carlos Eduardo, é importante ficar atento para algumas funções dos próprios aplicativos que podem contribuir para fortalecer a segurança. “O WhatsApp possui um mecanismo que notifica os contatos quando um usuário muda de número, então é importante sempre desconfiar de contatos de números estranhos que se apresentam como pessoas conhecidas”, disse. Outras formas de evitar cair em golpes cibernéticos sugeridas pelo professor é adotar medidas de segurança, como verificar a autenticidade dos sites ou mensagens; não compartilhar informações pessoais ou financeiras através de aplicativos de mensagem e manter o software de segurança dos dispositivos atualizado.
No tocante ao WhatsApp, rede social mais utilizada pelos golpistas, Carlos Eduardo recomenda as seguintes medidas: ativar a confirmação de duas etapas do WhatsApp; ter um e-mail para redefinir as senhas e códigos, não compartilhar códigos de autenticação da conta com outras pessoas; ter uma senha para seu aparelho ser desbloqueado apenas por você; ocultar as fotos de perfil do WhatsApp, deixando-a visível apenas para contatos. “Também é necessário instalar um antivírus capaz de identificar ameaças enviadas ao seu celular, desconfiar de mensagens diferentes das que você está acostumado a trocar com seus contatos e não clicar em links suspeitos. Caso a foto de perfil do contato esteja vinculada a um número que você não tem na sua agenda, é recomendável entrar em contato com a pessoa pelo número anterior antes de realizar qualquer ação”, finalizou.
Redação
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