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Corregedoria abre sindicância sobre morte de pedreiro

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Adimar da Silva estava preso acusado de ter matado seis jovens em GO.
Ele foi encontrado enforcado na cela com uma tira do forro do colchão.

A Polícia Civil de Goiás informou que a corregedoria do órgão abriu uma sindicância para apurar a morte do pedreiro Adimar da Silva numa cela do Denarc de Goiânia.

O pedreiro estava preso desde o dia 10 de abril, acusado do assassinato de seis jovens em Luziânia (GO). As vítimas estavam desaparecidas desde dezembro de 2009. Adimar confessou os crimes e indicou à polícia a localização dos corpos.

Segundo a polícia, o pedreiro foi encontrado enforcado com uma tira do forro do colchão da cela por volta das 12h30 deste domingo (18). O delegado Norton Luiz Ferreira, que chefia a comunicação da Polícia Civil, informou que os policiais que estavam de plantão no Denarc e os presos serão ouvidos. A sindicância deve ser concluída em 15 dias, segundo ele.

“O fato ocorreu nas dependências de uma delegacia de polícia. A priori, é suicídio. O fato é atípico, não é crime. Mas suponhamos que, [ao contrário] de tudo o que estaria indicando suicídio, seria homicídio. A sindicância é para apurar isso. Se houver alguma pista de homicídio, se instaura o inquérito policial”, explicou. Ele acrescentou que a cela estava trancada e que não havia buracos na parede.

As investigações deverão ser acompanhadas pelo Ministério Público. O procurador-geral de Justiça de Goiás, Eduardo Abdon Moura, pediu que dois promotores da área criminal acompanhem as investigações sobre a morte do pedreiro. Segundo nota divulgada no site do MP de Goiás, o procurador também solicitou que o promotor Ricardo Rangel, de Luziânia, vá até Goiânia para acompanhar o caso.

Silva já cumpria pena de dez anos e dez meses por atentado violento ao pudor. Ele passou quatro anos em regime fechado e, em dezembro, passou para o regime semiaberto, mesmo mês em que os desaparecimentos tiveram início.

Na manhã deste domingo ele teria conversado normalmente com os onze presos da cela ao lado, segundo a polícia. "Durante a conversa ele repetiu o depoimento que deu aos delegados e contou como matou os meninos", disse Ferreira. Segundo a polícia, os vizinhos de cela teriam ouvido um barulho de rasgo de tecidos na tarde deste sábado.

Liberdade questionada

O benefício da liberdade provisória concedido ao pedreiro foi questionado após a descoberta das mortes em Luziânia. Documentos anexados ao processo que devolveu Silva às ruas revelam que a Justiça tinha laudos psicológicos que identificaram “sinais de sadismo” e “de transtornos psicopatológicos” em um exame criminológico realizado um ano e sete meses antes da sua libertação.

A Justiça também foi alertada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a implementar “fiscalização sistemática” sobre Adimar no dia 14 de janeiro deste ano, quando três dos seis jovens já haviam desaparecido.

No pedido, a promotora Maria José Miranda Pereira sustentou que a vigilância constante da Justiça sobre Adimar poderia “salvar a dignidade sexual de muitas crianças”. A promotora ainda utilizou um argumento direto para justificar sua preocupação sobre a conduta do pedreiro: “Não existe ex-estuprador. Considerando-se que não existe ex-estuprador e, diante da extrema gravidade dos ignóbeis crimes pelo sentenciado cometidos, requeiro seja expedido mandados para fiscalização sistemática e reiterada”, solicitou Maria José.

O pedido da promotora foi escrito de próprio punho atrás de um dos “Mandados de Constatação na Residência” ordenados pela Justiça em 7 de janeiro deste ano, para que um oficial fosse até a residência de Adimar para constatar se ele cumpria as determinações judiciais “de recolher-se à sua residência diariamente, até 21h, e nos dias de folga e feriados”.

 

 

 

G1

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