O Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre a prevenção ao suicídio, traz alerta para um problema crescente: a saúde mental dos policiais. Em 2023, o suicídio se tornou a principal causa de morte entre policiais civis e militares da ativa no Brasil, superando as mortes em confrontos. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, o índice de suicídios nessa categoria aumentou 26,2% em relação ao ano anterior, totalizando 110 registros apenas entre policiais militares.
Esse número é quase oito vezes maior que a taxa de suicídio da população em geral, marcando a primeira vez que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública identifica esse fenômeno de forma tão crítica. Em contraste, o total de mortes em confrontos foi de 107, incluindo 46 em serviço e 61 fora de serviço.
Diante dessa realidade, o deputado estadual Dinho Papa-léguas (PSDB) apresentou na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) um projeto de lei para a criação do “Observatório da Saúde Mental dos Policiais”. O objetivo é monitorar e estudar casos de suicídio, surtos psicológicos, violência contra policiais e afastamentos por doenças mentais, como depressão, visando à construção de políticas públicas eficazes.
“Precisamos enfrentar essa crise de saúde mental e oferecer suporte adequado aos profissionais que arriscam suas vidas diariamente. Esse é o primeiro passo para impedir que o problema avance”, afirmou o deputado.
No contexto do Setembro Amarelo, a criação do Observatório se apresenta como uma ação necessária para cuidar da saúde mental dos policiais e evitar que essa tragédia continue. A proposta de Dinho Papa-léguas busca transformar o enfrentamento da crise em uma prioridade na Paraíba, com potencial para inspirar ações em todo o país.