O polêmico caso que envolve o delegado da Polícia Civil Elcenho Engel, investigado por suspeita de desvio de recursos de fianças enquanto atuava na delegacia de Patos, no sertão da Paraíba, teve mais um capítulo, quando teve sua prisão preventiva convertida para prisão domiciliar pela Justiça na última quarta-feira (30).
Em comunicado à imprensa a decisão foi confirmada pelo delegado Paulo Ênio, um dos responsáveis pela investigação do caso. A conversão da prisão preventiva ocorre em meio às acusações de peculato e prevaricação contra Engel, que estava afastado de suas funções policiais desde o início das investigações. Embora tenha sido beneficiado com a prisão domiciliar, ele permanecerá afastado de suas atribuições na polícia até o desfecho do processo, de acordo com informações da Polícia Civil.
Entenda o caso – A suspeita que recaía sobre Elcenho Engel era de que ele não estaria recolhendo as fianças após prisões em flagrante registradas na Central de Polícia de Patos. Engel era responsável pela unidade de Roubos e Furtos da cidade, e as investigações apontavam que essas ações ilícitas poderiam ter ocorrido nos últimos oito anos.
Além disso, o delegado estava sob suspeita de retardar a distribuição de inquéritos policiais ligados a prisões em flagrante, com o suposto intuito de encobrir o desvio do dinheiro recebido como fiança policial. Até o momento, não foi divulgado um balanço oficial sobre os valores que teriam sido desviados.
Em uma busca realizada na residência do delegado suspeito no início de agosto, foram encontrados diversos inquéritos policiais, inclusive de unidades de outros municípios nas quais Engel não atuava como titular.
O delegado Paulo Ênio da seccional do município relatou que a polícia ficou surpresa ao encontrar inquéritos policiais de outras unidades na casa de Engel. Esses inquéritos incluíam documentos da delegacia de Roubos e Furtos de Patos, onde ele era lotado. Além dos inquéritos, a polícia também apreendeu uma pistola de calibre não identificado. A arma foi considerada de uso restrito e sem registro, resultando em uma prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo na época.
A defesa do delegado investigado, representada pelo advogado Corsino Neto, considerou “superficial e estranha” a decisão de prisão preventiva tomada anteriormente. A defesa também ressaltou que não teve acesso aos autos do processo de investigação. Corsino Neto argumentou que não há proibição quanto ao trabalho de inquéritos policiais em ambiente domiciliar, uma vez que muitas atividades estão sendo realizadas remotamente atualmente.
Redação
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