Em depoimento, menor conta detalhes de como planejou morte dos pais, em Patos

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O depoimento do adolescente de 13 anos suspeito de matar a mãe, o irmão mais novo e balear o pai por supostamente ter sido proibido de jogar um jogo no seu celular revelou o passo a passo da execução do crime e revelou traços de frieza na ação do jovem.

O depoimento foi obtido pelo Portal ClickPB, que realizou a transcrição do áudio.

Confira a seguir:

– Qual tua idade?

13 anos.

– Me diz aí o que foi que aconteceu hoje na tua casa. E qual foi o motivo. Pode falar com suas palavras.

Eu tinha entregado o celular da minha mãe para o meu irmão. Ele estava lá no meu meu quarto.

– Tu entregou o celular por quê?

Para ele ficar lá no celular.

– Onde ele ficou no celular?

No meu quarto.

– Aí depois o que foi que aconteceu?

Aí eu dei um tiro na minha mãe.

– Tu pegou a arma aonde?

No mesmo lugar que meu pai guardava.

– Aí tu pegou naquele armariozinho de ferro. E tua mãe tava onde?

Ela tava na cama. Deitada. Tava quase dormindo.

– Aí como foi que você fez? Chegou junto dela? Encostou a arma na cabeça dela?

Aí eu dei um tiro.

– Quantos tiros tu deste?

Só um.

– E depois, o que foi que aconteceu?

Depois aí eu fui atrás de Gabriel. Aí ele ficou correndo.

– Gabriel se assustou e ficou correndo com o seu celular?

É. Ele ficou correndo e gritando por mamãe. Aí depois papai chegou. Aí eu dei um tiro em papai e depois em Gabriel.

– Tu deste um tiro em seu pai, tu tava onde quando deu o tiro no seu pai?

Tava no quarto. E depois…

– Tu tava dentro do quarto de sua mãe e seu pai e ele tava na sala. Aí quando ele chegou tu atiraste em teu pai?

Sim.

– E Gabriel tava onde?

Gabriel depois que viu papai no chão, ele foi pra cima dele, abraçou ele.

– Aí tu atiraste?

Sim.

– Quando tu atirou em Gabriel, Gabriel tava abraçado com seu pai?

Tava. Tava em cima dele assim.

– Então tu atirou nas costas de Gabriel?

Sim.

– Aí Gabriel caiu e aí depois que tu atirou em Gabriel, o que tu fez?

Aí eu percebi que meu pai tava vivo, que ele tava falando.

– E o que teu pai tava falando?

Tava falando. Antes de eu dar um tiro ele falou: “solte essa arma”, e tal, “jogue essa arma no mato”. Aí depois que eu dei um tiro que ele tava lá, aí ele falou. Ele perguntou porque que eu fiz isso. Aí eu respondi. Por causa que eles viviam me pressionando por causa de nota. Porque eles não me deixavam praticar as outras atividades, não deixavam eu fazer quase nada e eu me sentia pressionado com isso.

– Eles batiam em você?

Sim. Às vezes sim. Quando eu tirava nota baixa já era motivo de eu apanhar ou ficar muito tempo… Já cheguei a ficar semana… muitas vezes só no sábado pra eu me comunicar com meus amigos.

– Eu tô entendendo. E como era essa pisa que eles davam?

Era de cinto.

– Quem batia mais em você, sua mãe ou seu pai?

Minha mãe.

– E Gabriel apanhava também deles ou não?

Sim.

– Aí depois que você atirou em Gabriel, você fez o que com a arma?

Botei de volta no lugar.

– Tinha uma munição dentro do banheiro. Que não estava disparada. Você entrou no banheiro primeiro, antes de disparar em sua mãe com a arma?

Qual banheiro?

– O banheiro do quarto de sua mãe.

Sim, eu entrei no banheiro.

– Antes ou depois de atirar?

Depois de atirar na minha mãe.

– Você deu um golpe na arma? Aí caiu a munição inteira?

Foi. Uma munição inteira. Só ficou uma balinha.

– Aí quando você atirou no seu pai você tava atrás da cama?

Não. Eu tava na frente da cama.

– E sua mãe do seu lado, nas suas costas.

É. Eu tava olhando pra ela e disparei.

– Aí quando isso aconteceu, quem foi que ligou pro SAMU? Foi você mesmo?

Foi.

– Chegou mais alguém? Mais algum vizinho na casa? Depois que escutou o barulho?

Não chegou ninguém. Só depois que a polícia chegou.

– Com quanto tempo o SAMU chegou? Tu recorda?

Não lembro não.

– Mas foi rápido que eles chegaram?

Foi rápido.

– Essas marcas aí em você, no seu braço, quem fez isso?

Não sei. Não estou lembrado agora

– Foi alguma agressão da sua mãe ou do seu pai?

Não, acho que foi Gabriel mesmo. Porque ele gosta muito de me provocar.

– Você se autolesionava?

Não.

– Quem foi que apertou o seu pescoço?

Acho que Gabriel. Ele tentou pegar aqui.

– Foi depois do tiro ou foi antes?

Sim, foi depois do tiro.

– Então quer dizer que essa marca no seu braço e essa marca no seu pescoço foi Gabriel que fez? Depois que você atirou na sua mãe.

Sim.

– Depois que você atirou na sua mãe demorou para o seu pai chegar?

Demorou um pouco. Mas, ele chegou.

– Aí ele chegou e viu e foi quando você fez o que me contou agora, né?

É.

– Nesses últimos dias você tinha sido colocado de castigo?

Eu tava sendo muito ameaçado com isso. Já tinham tirado o meu celular várias e várias vezes.

– Quando foi que tiraram o teu celular, a última vez?

Quando meu pai tinha saído para comprar remédio.

– Hoje. Ele tirou seu celular hoje?

Sim.

– Mas você não disse que entregou para Gabriel?

O celular da minha mãe.

– O seu tá onde, o seu celular?

Tava no bolso da calça do meu pai, eu acho.

– Então ele saiu para comprar o remédio…

E foi com meu celular.

– E aí então aconteceu tudo isso. Tá bom.

 

Da Redação

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