Os problemas relacionados ao excesso de peso em caminhões são frequentes nas rodovias brasileiras também nas paraibanas. Dados recentes apontam que em rodovias federais brasileiras os acidentes somaram 63.447 ocorrências em 2021. Ou seja, foram mil casos a mais que em 2020. Os números são da Polícia Rodoviária Federal e estão compilados no painel específico da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Além disso, o número de mortes também cresceu. A cada 100 acidentes com vítimas, houve, em média, 10 mortes no ano passado. Sobre esse assunto foram ouvidos o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da 1ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) da Região Metropolitana de João Pessoa, Robson Bernardo e os especialistas em trânsito Vander Costa e o integrante da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Flavio Adura.
Para Robson Bernardo, as cargas que ultrapassam o limite geralmente envolvem materiais de construção. “Esta é uma situação comum nas rodovias paraibanas, pois as pessoas costumam ter essa prática de transportar com excesso de peso. Nesse caso, a maior incidência no dia a dia são os caminhões carregando areia, brita, cascalho e material de construção”, disse Bernardo, destacando também que embora os materiais de construção sejam as cargas excedentes mais vistas pela PRF-PB, outras também são consideradas comuns, como o excesso de peso dos veículos carregando máquinas e equipamentos. Já entre os caminhões com cargas perigosas esse tipo de ocorrência é mais raro.
De acordo com Vander Costa, esses dados cobram das autoridades dois tipos de ação. Uma no sentido de melhoria da infraestrutura rodoviária e outra na educação de trânsito com foco na segurança viária. “Essas medidas podem, portanto, contribuir para reduzir o número de acidentes e a gravidade deles”, afirmou. Em 2021 foram perdidas 5.391 vidas em acidentes em rodovias do País. Ou seja, são 100 a mais do que 2020. Deste total, 854 pessoas eram ocupantes de caminhões. Assim, representam 15,9% do total. Por sua vez, motoristas e passageiros de ônibus representaram 3,2%, com 170 mortes.
Já segundo, Flavio Adura, a velocidade excessiva é reconhecidamente a principal causa de acidentes com mortes envolvendo caminhoneiros ao volante. Outro fator muito comum é o uso de álcool e de drogas. “Há ainda quem recorra a isso para conseguir se manter acordado para dirigir por muitas horas”, comentou.
Da Redação