Uma decisão da Justiça da Argentina teria concedido a Antônio Neto Ais, da BraisCompany, a progressão para a prisão domiciliar. De acordo com informações o empresário, que alegou problemas de saúde da esposa Fabrícia para solicitar a prisão domiciliar, teve seu pedido aceito pelas autoridades argentinas. Esta decisão marca mais um capítulo na complexa saga judicial envolvendo Neto, que enfrenta sérias acusações.
Antônio Neto foi condenado pela justiça brasileira a 88 anos e sete meses de prisão por operar um esquema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas. A BraisCompany, a empresa fundada por Ais, esteve no centro de uma investigação que revelou um esquema fraudulento que lesou milhares de investidores.
Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) do Brasil apresentou uma nova denúncia contra a BraisCompany, acusando a empresa de crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. Desta vez, os denunciados incluem, além de Antônio Neto e sua esposa Fabrícia Farias, um doleiro e mais quatro pessoas investigadas por lavagem de dinheiro.
As investigações conduzidas pelo MPF revelaram que, durante o colapso da empresa, o casal-proprietário realizou operações financeiras suspeitas, características de lavagem de dinheiro. Essas transações incluíram a venda de imóveis e bens de grande valor. Uma análise mais profunda indicou que pelo menos R$ 2,6 bilhões passaram pelas empresas de Joel, outro envolvido no esquema. Uma das transações específicas destacou-se pela movimentação de R$ 5 milhões provenientes da venda de uma aeronave pertencente ao casal.
A BraisCompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal em 16 de fevereiro de 2023, denominada Operação Halving, que visava combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações ocorreram na sede da empresa e em diversos locais, incluindo um condomínio fechado em Campina Grande, além de João Pessoa e São Paulo.
A Polícia Federal e a Interpol realizaram a prisão do casal brasileiro na Argentina em 29 de fevereiro de 2024, após uma colaboração entre a superintendência da PF na Paraíba e os escritórios da Interpol em Brasília e Buenos Aires.
Já nesta terça-feira (21), Antônio Neto teria conseguido progredir para a prisão domiciliar.
O advogado Artêmio Picanço, que contribuiu com as investigações que culminaram com a prisão de Antônio e Fabrícia, usou suas redes sociais na manhã desta terça-feira (21) para lamentar a possível prisão domiciliar:
“Eu já vi cada coisa na minha vida em quinze anos de advocacia, mas é até hoje não consigo normalizar uma aberração dessa. O que esse cara fez, todo o aparato, vagabundo, desumano e aí acontece isso? É aquela história né a guerra está aí, a gente perde uma batalha mas cada um de nós tem que continuar fazendo nossa parte eu pelo menos não vou parar. Por isso que naquela época, acho que em março logo em março eu estive junto com o ministro da Justiça tentando que ele fosse extraditado mas pelo visto não foi possível” disse.
PB Agora