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Juíza que suspendeu Telexfree é ameaçada

De acordo com as informações do Ministério Público do Acre (MP-AC), anônimos também prometeram matar os filhos e o marido da juíza. As ameaças foram por e-mail, telefone e Facebook

 

A juíza Thaís Khalil, que em 18 de junho determinou a suspensão dos pagamentos da Telexfree, está sendo ameaçada de morte. De acordo com as informações do Ministério Público do Acre (MP-AC), anônimos também prometeram matar os filhos e o marido da juíza. As ameaças foram por e-mail, telefone e Facebook.

Um inquérito policial foi aberto nesta sexta-feira (28) para apurar os crimes de coação e ameaça. A suspeita é de que os responsáveis sejam divulgadores da Telexfree que temem perder o dinheiro investido no sistema, considerado uma pirâmide financeira pelo Ministério Público.

A Telexfree, nome fantasia da Ympactus Comercial LTDA, informa usar o marketing multinível para vender pacotes de telefonia por internet (VoIP, na sigla em inglês). Os divulgadores ganham dinheiro não só com a venda do produto, mas também por indicar outros promotores para rede.

O Ministério Público acredita que a maior parte do faturamento vem das taxas de adesão dos divulgadores e não da comercialização dos pacotes de telefonia. Por isso, o sistema seria uma pirâmide financeira.

Depois de uma ação da Justiça do Acre que bloqueou todas as negociações da Telexfree no país, a Polícia de Pernambuco investiga empresas de marketing multinível que atuam com a promessa de dinheiro fácil e já estariam agindo na Paraíba. O alvo das investigações agora é a Priples, com endereço em Jaboatão dos Guararapes (na região metropolitana de Recife). A empresa é acusada de crime contra a economia popular. Segundo a polícia, já são 14 queixas de pessoas que se sentiram lesadas após ingressarem no negócio que pode ser fraudulento.

Durante entrevista exclusiva ao programa Correio Debate, da 98 FM, o delegado pernambucano Carlos Couto explicou que a Priples alega ser uma empresa que promete vendas através de publicidade digital. Porém, ele sustenta que os primeiros indícios são de que o negócio funcione com a promessa de dinheiro fácil, com ganhos vindos através de postagens simples e rápidas na internet, além da indução ao recrutamento de cada vez mais pessoas, o que caracterizaria a pirâmide financeira.

Pirâmide financeira ou esquema em pirâmide é um modelo comercial que depende basicamente do recrutamento de outras pessoas em níveis insustentáveis. Eles existem há pelo menos um século e atualmente podem estar mascarados com o nome de marketing de rede ou multinível. O marketing de rede opera dentro da legalidade e se confunde muito com a pirâmide.

Segundo o Ministério da Fazenda, o Brasil proíbe qualquer tipo de negócios em pirâmide. A lei 1.521 de 1951 aponta que é crime contra a economia popular, com possível punição de 6 meses a 2 anos de detenção, "obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos ("bola de neve", "cadeias", "pichardismo" e quaisquer outros equivalentes)".

 

Redação com Diário de Pernambuco

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