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Paraíba registrou 13 mortes de pessoas LGBTQI+ em 2018

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Pelo menos 13 pessoas identificadas como LGBTQI+ foram assassinadas em 2018 vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) que podem ter sido motivados por LGBTQIfobia na Paraíba. Segundo levantamento divulgado pela Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH), de 2011 a 2018, foram registradas 117 mortes de pessoas da comunidade LGBTQI+.

Em relação o número de mortes registradas em 2017, houve uma queda de quatro mortes no ano passado. O índice é resultado de um cruzamento de dados da Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds) com a SEMDH. Um documento com as estatísticas feitas pelo governo do estado da Paraíba apontam um perfil comum.

Diante das mortes de pessoas LGBTQI+ na Paraíba entre 2011 e 2017, é possível afirmar que a maioria delas tinham idade entre 18 e 25 anos, eram homossexuais, enquanto orientação sexual, e gays em relação à identidade LGBTQI+.

O levantamento ainda indica uma grande parcela de travestis e transsexuais vítimas de morte violenta intencional. Entre 2011 e 2017, foram assassinadas duas travestis, 34 mulheres trans e dois homens trans, contabilizado um total de 38 pessoas, apenas 12 a menos que as vítimas identificadas como gay.

Em relação ao local, as condições e a forma dos crimes, a maior parte aconteceu em João Pessoa, cerca de 55% do total das mortes; em horários noturnos entre 18h e 23h, aproximadamente 38% dos crimes; nos fins de semana (35% do casos); e por meio de armas de fogo, mais da metade dos casos.

LGBTQIfobia

Um caso ocorrido em outubro de 2018 é um exemplo de violência por LGBTQIfobia que poderia ter aumentado essas estatísticas. Um homem foi vítima de agressão motivada por homofobia por parte de um grupo na noite durante um show de forró da cidade de Cabedelo, na Grande João Pessoa no dia 13 de outubro.

De acordo com a vítima, que pediu para não ser identificada, um dos integrantes do grupo arremessou uma latinha de cerveja que atingiu sua cabeça. Ainda de acordo com a vítima, a agressão aconteceu após o grupo vê-lo dançando e beijando um outro homem no show.

“Estava dançando com esse meu amigo quando senti algo batendo na minha cabeça. Os meus amigos foram tirar satisfação e eles correram porque estavam em menor número. A lata fez um corte na minha cabeça”, relatou o homem. Ele chegou a registrar a ocorrência, mas o caso não foi a frente.

Tentativa de homicídio em 2019

Em uma festa de réveillon em Baía da Traição, Litoral Norte da Paraíba, um jovem ficou paraplégico após ser baleado várias vezes por um homem suspeito de praticar o crime motivado por homofobia. Luciano Santos, de 22 anos, natural da cidade de Areia, foi vítima de vários tiros e precisou ser socorrido ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa.

De acordo com o relato da vítima, confirmado pela Polícia Civil, ele estava em uma festa de réveillon, na praia de Baía da Traição, quando resolveu ir até o banheiro e chamou um amigo para acompanhá-lo. No trajeto entre a festa e o banheiro, Luciano contou que foi vítima de “ofensas preconceituosas de um indivíduo desconhecido acompanhado de uma mulher”.

O amigo que estava com Luciano respondeu algumas ofensas e, para tentar encerrar a discussão, Luciano insistiu que o amigo saísse do local e fosse com ele até o banheiro. “Fomos até o banheiro, ficamos conversando um pouco e, no momento de voltar para onde estávamos durante a festa, um outro indivíduo que aparentemente conhecia o agressor verbal, chegou atirando”, contou.

"Foi mais um típico e absurdo caso de homofobia, onde fomos tachados de 'bixinhas' por estranhos", escreveu. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, sob a responsabilidade do delegado Walter Brandão.

Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

G1

 


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