Definitivamente trabalhar em agências bancárias virou uma atividade de risco na Paraíba. Na semana passada, um funcionário do Banco do Nordeste, a mulher dele que também é bancária, e dois filhos foram mantidos reféns por dois homens durante assalto em Campina Grande. O crime teve início quando ele chegava em casa no bairro do Catolé, e foi rendido pelos bandidos. Com armas apontadas pra ele, a dupla colocou um embrulho na sua cintura, e informou que se tratava de explosivos, e caso ele não entregasse o dinheiro pedido, ou se tentasse acionar a Polícia Militar, eles detonariam.
O funcionário, que trabalha na agência do BNB da Liberdade, foi levado para dentro de casa onde estava a mulher; mantidos reféns pelos bandidos. Só foram liberados horas depois após horas de medo e pânico.
O sequestro do bancário retrata uma realidade que assusta na Paraíba. Os ataques a agências bancárias e caixas eletrônicas já viram rotina no Estado. Os bandidos usam sempre os mesmos moldes operantes. Eles chegaram nas cidades, geralmente, fortemente armados, colocam as dinamites e explodem os bancos. Depois fogem atirando para o alto.
A Paraíba teve 71 casos de violência contra bancos neste ano, até o dia 5 de junho. Os dados são do Mapa da Violência contra Bancos na Paraíba em 2015, divulgado pelo Sindicato dos Bancários. O número de casos aumentou 26,7% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram registradas 56 ocorrências.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Marcos Henriques, os dados são alarmantes. “Os bancos tratam segurança como despesa e não como investimento. A gente tenta negociar, mas os bancos investem muito pouco, cerca de 5% do lucro, em segurança”, declarou.
A Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds) informou que os Núcleos de Inteligência das Polícias Civil e Militar da Paraíba vêm realizando um trabalho intenso para identificar os ladrões de bancos que atuam no estado.
O último ataque registrado a banco na Paraíba, ocorreu na última sexta-feira, em um posto de atendimento no município de Caaporã. De acordo com a Polícia Militar, um grupo de pessoas em cerca de três carros teria atuado na ação. Apesar da explosão, os assaltantes não conseguiram levar o dinheiro do caixa eletrônico do local.
Ainda de acordo com o documento, a ocorrência mais comum é a explosão a banco. Foram 33 casos este ano. Em seguida, aparece o arrombamento, com 17 casos, saidinha de banco (12), tentativa de arrombamento (6), e assalto (3). Os bancos particulares foram os mais atingidos, de acordo com o levantamento. Foram 51 casos de violência em que os bancos particulares foram os alvos contra 20 casos em bancos públicos.
PBAgora