Na manhã desta quarta-feira (10), a Polícia Federal realizou uma operação no município de Lucena, no Litoral Norte da Paraíba, para investigar crimes de lavagem de dinheiro e comércio ilegal de diamantes. A ação faz parte da operação internacional Kimberly, que envolve autoridades brasileiras e espanholas.
O principal alvo da operação é o empresário espanhol Manuel Terrén Parcerisas, recentemente preso na Espanha. Terrén é acusado de integrar uma organização criminosa que, na década de 1990, explorou e vendeu ilegalmente pedras preciosas, incluindo diamantes, para financiar o grupo paramilitar Frente Unida Revolucionária (RUF), envolvido na guerra civil de Serra Leoa.
Segundo apurações, a operação desta quarta-feira cumpriu dois mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a Manuel Terrén, incluindo o Hotel Costa Brava, onde ele é sócio-administrador desde 2011. A Polícia Federal brasileira está colaborando com a Polícia Nacional espanhola na investigação, que também abrange crimes contra a humanidade e participação em organização criminosa.
Manuel Terrén, que vive no Brasil desde 2007 e possui várias empresas na Paraíba, foi detido em um aeroporto na cidade de Málaga, na Espanha, ao desembarcar de um voo proveniente do Brasil. A prisão resulta de uma investigação iniciada em janeiro de 2022 pelas autoridades espanholas.
O termo “diamantes de sangue” refere-se às pedras preciosas obtidas através do tráfico e exploração em zonas de guerra, uma prática que financiou conflitos violentos, como o da Serra Leoa, onde a guerra civil deixou mais de 70 mil mortos e 2,6 milhões de desabrigados. O termo ganhou notoriedade na década de 1990 e foi popularizado pelo filme “Diamante de Sangue” de 2006, estrelado por Leonardo DiCaprio.
PB Agora