A Polícia Civil da Paraíba está investigando supostas irregularidades envolvendo um servidor que desencorajou Rayssa de Sá, vítima de feminicídio na quinta-feira (21) em Belém, no Agreste paraibano, a procurar ajuda policial para resgatar roupas e documentos que ainda estavam na casa do seu ex-marido, Betinho Barros, de 38 anos.
Em áudios enviados para a família, a estudante Rayssa de Sá, de 19 anos, afirma que um escrivão da Polícia Civil recomendou que a vítima procurasse a família do acusado para recuperar seus pertences, com objetivo de não envolver a polícia, porque seu ex-marido seria uma pessoa pública. Betinho Barros era secretário de comunicação de Belém e ex-vereador do município. Ele matou a tiros a estudante e depois tirou sua própria vida.
Cassandra classifica as supostas irregularidades do caso como uma “situação grave” e afirma que o áudio mostra o que aconteceu, mas afirma que a Polícia Civil cumpriu uma série de providências, desde o registro do boletim de ocorrência até a representação de medidas protetivas.
A delegada-adjunta afirmou que as investigações seguem para identificar como Betinho Barros conseguiu a arma do crime, se teve algum apoio e por qual motivo a vítima estava sozinha no município. Cassandra também anunciou que foi designada uma delegada titular de homicídios de João Pessoa para apurar toda a extensão do feminicídio e suicídio.
Rayssa cursava Direito na Universidade Estadual da Paraíba, no campus de Guarabira. A família da estudante acompanhava a vítima até ao local e nunca deixava ela sozinha em casa. Segundo a mãe de Rayssa, as ameaças se estendiam para dentro da instituição.
G1