Polícias Militar, Civil e Federal prendem acusados de grupos de extermínios e apreendem armas e munições
A Operação Águas Limpas, deflagrada na manhã desta sexta-feira (27) em João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita e ainda no Distrito Federal, pelas Polícias Civil e Militar com o apoio da Polícia Federal, apreendeu até o final desta manhã grande quantidade de munição e dezenas de armas de fogo, seis silenciadores, diversas armas brancas e até uma caneta que é uma arma letal, dispara balas.
A ação das três polícias ainda está sendo realizada e cerca de quinze pessoas foram presas até as primeiras horas desta tarde. Dentre os presos nove policiais militares e um agente penitenciário. Todos os detidos são acusados de integrar grupos de extermínio. Um policial militar do Distrito Federal também foi preso esta manhã, em Brasília. Ele tinha a missão de fornecer armas para os grupos de extermínios na Grande João Pessoa. As prisões e apreensões ocorreram em residências e estabelecimentos comerciais.
De acordo com o secretário Gustavo Gominho, ao tomar conhecimento da situação, ainda em 2009, o governador José Maranhão recomendou providências imediatas junto à Procuradoria Geral de Justiça e à Polícia Federal, daí então foi instaurado o inquérito.
Em entrevista coletiva às 11h desta sexta-feira o secretário da Secretaria de Segurança e Defesa Social do Estado da Paraíba, Gustavo Ferraz Gominho, afirmou que o inquérito policial, que culminou com a Operação Águas Limpas foi instaurado no dia 5 de janeiro deste ano e que as investigações começaram já em março de 2009, pela Polícia Civil com base em informações da existência de grupos de extermínio na Grande João Pessoa. Em maio do ano passado, a polícia descobriu que um preso de um dos presídios de João Pessoa encomendava as mortes aos grupos de extermínios que têm a participação de policiais.
Cofre com armas na casa de policial
Com a participação de 222 policiais, a operação Águas Limpas teve o objetivo de cumprir 38 mandados de busca e apreensão e de 19 mandados de prisão, expedidos pela Justiça da Paraíba. Um policial militar preso há mais de um ano no 5º Batalhão de Polícia Militar, no Valentina Figueiredo, foi flagrado esta manhã de posse de uma arma, em sua cela. Na casa dele, a polícia encontrou um cofre com cerca de trinta armas, inclusive silenciadores, equipamento de uso proibido.
De acordo com as investigações, esse PM costumava sair do quartel à noite. Dentre os demais detidos, que não são policiais há uma mulher. Por recomendação do Ministério Público Federal as pessoas presas não foram apresentadas à imprensa.
Depois de prestarem depoimentos na Central de Polícia, em João Pessoa, os detidos foram encaminhados para presídios e os PMs para quartéis da Corporação. O Comando Geral da Polícia Militar vai instaurar inquérito administrativo sobre a participação dos nove policiais nos grupos de extermínios. O comandante geral esteve presente à coletiva.
O secretário Gustavo Gominho revelou que a existência de grupos de extermínios no Estado tem pelo menos dez anos. Ainda como delegado da Polícia Federal, antes de assumir a secretaria, ele já tinha alguns informes sobre esta prática criminosa. Quando assumiu a Segurança Pública do Estado em 2009 passou a trabalhar neste caso. As mortes eram encomendas e dentre elas diversas vítimas eram ex-presidiários.
Números da Operação Águas Limpas
Pessoas detidas: Siel da Silva Marques, Cristian Dias da Silva, Eliézer Gonçalves de Freitas, Lupércio Filho, José Evangelista da Silva, Gisélia Maria Mendes, Sérgio de Oliveira Carneiro (agente penitenciário), Lecácio Bento dos Santos (cabo da PM), e os sargentos da Polícia Militar da Paraíba Arnóbio Gomes Fernandes, Erivaldo Batista Dias, e Ivan Ribeiro da Silva.
Mandados de Apreensão e busca: 38
Mandados de prisão: 19
Policiais Militares presos: 9
Policiais que participaram da operação: 222
Secom PB