Um escândalo de desvio de recursos públicos abalou a prefeitura de Alhandra nesta quinta-feira (10), quando foi descoberto que a Secretaria de Transportes desembolsou a quantia de R$57 mil para a suposta “manutenção” de veículos que já haviam sido identificados como sucatas, segundo apontaram investigadores da Polícia Civil e do Ministério Público.
A investigação culminou na Operação FUEL FRAUD, uma ação conjunta entre a Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/PB). A ação visava aprofundar as investigações em torno do alegado esquema de desvio de recursos.
Quatro mandados de busca e apreensão foram executados, revelando detalhes alarmantes sobre o desvio de recursos públicos, além de práticas fraudulentas em procedimentos licitatórios, manutenção e abastecimento de veículos pertencentes à frota oficial da prefeitura.
Os investigadores da polícia apontam que um ônibus da marca IVECO, com placa NPX-5191, foi alvo de um pagamento de R$19.000,00 em nome de “manutenção”. Além disso, uma D-20 CUSTOM, placa MOB-1480, que estava fora de operação há muito tempo, teve um custo de “manutenção” de R$9.000,00. Uma ambulância RENAULT MASTER, placa QFF-8217, que já não estava mais em uso, gerou um pagamento de R$29.000,00.
Ônibus IVECO, placa: NPX-5191, R$ 19.000,00 investido
As investigações tiveram início em 2021 e apontam para um desvio estimado em mais de R$1 milhão. A denúncia inicial partiu do vereador João Sufoco de Alhandra, que identificou pagamentos no sistema do Tribunal de Contas do Estado (TCE) destinados a veículos já considerados sucateados.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra figuras-chave no município, incluindo Kennery Ricardo, chefe do controle de abastecimento; Clóvis Ferreira, secretário municipal de transporte; Luiz Lourenço, secretário adjunto de transporte. Além disso, a sede da Secretaria de Transportes também foi alvo das ações.
Em resposta às acusações, o prefeito Marcelo Rodrigues emitiu uma nota onde afirma não estar envolvido em qualquer ilícito relacionado à operação policial. Ele anunciou a instauração de um procedimento disciplinar para apurar as condutas dos servidores citados, garantindo a eles o direito ao contraditório e à ampla defesa, conforme previsto na Constituição.
“O prefeito ressalta que, sempre que regularmente instado, forneceu, fornece e continuará a fornecer todos os documentos a serem requisitados pelos órgãos de controle de nosso ordenamento jurídico”, destacou a nota.