Um dos presos na Operação Squadre, realizada pela Polícia Federal em 2012, foi morto a tiros na tarde desta sexta-feira (20) na Avenida Beira-Rio, em João Pessoa. De acordo com a delegada de Homicídios da capital, Roberta Neiva, será investigado se a morte tem relação com a participação da vítima na lista dos presos na operação que combateu grupos de extermínio no estado.
Um dos dois suspeitos do homicídio foi preso poucos minutos depois do crime. O homem de 24 anos foi flagrado por uma equipe da Polícia Militar assassinando o homem preso na Operação Squadre. Ele e um outro suspeito, estavam em uma motocicleta e foram perseguidos pela Polícia Militar. O major Pablo Cunha conseguiu balear o suspeito que seguia no passageiro e prendê-lo no bairro da Torre. De acordo com o major, o criminoso estava portando uma pistola e tinha ameaçado resistir à prisão.
O suspeito, atingido nas costas, foi atendido pelo Samu e encaminhado para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Conforme boletim médico divulgado pela unidade às 17h (horário local), o suspeito passou por procedimentos médicos de emergência e seguia internado em estado de saúde regular.
De acordo com a delegada titular de Homicídios de João Pessoa, Roberta Neiva, as informações sobre o caso ainda são superficiais. “Não temos maiores informações, apenas o primeiro nome da vítima e que ela fui um dos presos pela ‘Squadre’. Vamos investigar para identificar se o fato há relação com a morte”, explicou Roberta Neiva.
O outro suspeito de participação no homicídio, o responsável por conduzir a motocicleta em que estava o homem de 24 anos baleado e preso, ainda é procurado pela polícia. Ainda de acordo com a delegada de Homicídios, após ser liberado do hospital, o suspeito deve ser autuado por homicídio e levado para um presídio de João Pessoa.
Relembre a "Operação Squadre"
A Operação Squadre foi deflagrada há cerca de um ano pela Polícia Federal na Região Metropolitana de João Pessoa e mandados também foram cumpridos no estado de Pernambuco. Um mês depois da ação policial, o Ministério Público denunciou criminalmente 38 envolvidos. Eles respondem na 7ª Vara Criminal da capital paraibana.
Entre os investigados na Squadre estavam integrantes de três diferentes milícias. A primeira, composta por policiais militares e civis, um agente penitenciário e particulares, que atuavam como grupo de extermínio, principalmente na região metropolitana de João Pessoa. Segundo a Polícia Federal, as vítimas eram, em geral, presos e ex-presidiários, assassinados em razão de acertos de contas.
O outro grupo era comandado por oficiais da Polícia Militar e realizava segurança privada clandestina, bem como comércio ilegal de armas e munições. O grupo criminoso contava também com o apoio de um delegado da Polícia Civil da Paraíba.
A outra quadrilha, de milicianos, era formada por policiais civis, policiais militares e um agente penitenciário, que atuava extorquindo traficantes de drogas, assaltantes de banco e outros.
Redação com G1