Nesta terça-feira (29), ocorre na Quarta Vara Criminal de João Pessoa a primeira audiência de instrução do processo contra o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, de 81 anos, acusado de estupro de vulnerável. O caso envolve quatro crianças com idades entre quatro e 12 anos e gerou grande repercussão devido à gravidade das acusações. A audiência será realizada de forma híbrida, com a presença física de parte dos envolvidos no Fórum Criminal da capital e outros participando virtualmente.
A defesa do acusado inicialmente indicou quase 50 testemunhas, mas a Justiça reduziu o número para apenas oito. Durante a audiência, serão ouvidas testemunhas de defesa, de acusação e das vítimas, além do próprio médico. Mesmo com diversos pedidos de prisão solicitados pela defesa das vítimas, todos foram negados pela Justiça, e o médico responde ao processo em liberdade.
As denúncias contra Fernando Cunha Lima apontam um padrão de comportamento em suas abordagens abusivas, que teriam ocorrido inclusive em seu consultório. Segundo relatos, o médico entregava a receita médica logo no início da consulta para distrair os pais enquanto supostamente cometia os abusos. Uma mãe declarou que o pediatra utilizava brincadeiras para conquistar a confiança das famílias, mas que, após os relatos de abuso, ela percebeu que a filha demonstrava desconforto quando era examinada pelo médico.
O caso veio à tona após a mãe de uma menina de nove anos denunciar o abuso. Desde então, outras famílias também relataram experiências semelhantes. Uma das denúncias mais impactantes foi feita por Gabriella Cunha Lima, sobrinha do médico, que revelou à imprensa ter sido vítima de abuso em 1991, há mais de 30 anos.
A Polícia Civil informou que, além das quatro vítimas iniciais, outras pessoas ligadas ao médico foram ouvidas durante a investigação. O Conselho Federal de Medicina (CFM) afastou Fernando Cunha Lima de suas funções.
PB Agora