O número de emergência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionado pelo 192, mostrou que 25% das ligações recebidas pelo serviço 192 são trotes. Entre janeiro e novembro do ano passado, o Samu recebeu quase 60 mil telefonemas para a Central de Atendimento e 15 mil foram enganosos. O que poucos sabem é que esse tipo de ligação para enganar prevê multa de R$ 100,00 conforme a Lei Municipal de João Pessoa nº 12.074 e de R$ 500,00 por infração segundo a PLS 763/2015, além de comprometer o serviço, já que uma vida pode ser salva.
O coordenador-médico do serviço na capital Luis Renato Custal afirma que esse tipo de ligação gera um problema financeiro devido ao desgaste para as ambulâncias que inclui custo de combustível e o uso. Entretanto, o principal problema é o risco à vida que essas chamadas apresentam, pois ocupam e deslocam um serviço com toda a equipe para uma ocorrência que não existe, em detrimento deuma real necessidade – muitas vezes com risco de óbito.
“O trote ocupa as linhas telefônicas de socorro, coloca em risco a vida de quem precisa e gera desperdícios de recursos públicos. Os trotes atrapalham o Samu em salvar vidas. O pior prejuízo é acarretar a morte de alguém que precise de socorro do Samu”, alerta o coordenador-médico.
Segundo Allyson Adriano, apoio técnico administrativo do serviço, todas as ligações recebidas pelo Samu são gravadas e salvas com o número em uma base de dados. Com esses dados, é feito um levantamento do número de trotes no ano, a quantidade de ligações enganosas e os nomes das linhas dessas pessoas. O levantamento é passado para o setor jurídico da Prefeitura e depois para o Ministério Público
“Existem duas leis. A federal que diz que existe uma multa prevista de 500 reais a quem passa o trote e ainda a suspensão da linha telefônica. Agora também existe a lei municipal. Ela fala que para cada vez que a pessoa passa um trote, existe uma multa de 100 reais. Ou seja, se a pessoa ligar 10 vezes irá gerar uma multa de R$ 1000”, detalhou Allyson.
Redação