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25% dos eleitores que vão as urnas não tem o ensino fundamental

A maior parte dos brasileiros aptos a escolher neste domingo (7/10) os representantes para os cargos do Executivo e do Legislativo é mulher e solteira. A faixa etária dos 35 aos 39 anos é a mais expressiva, com 11% do eleitorado, seguida pelo grupo dos que têm entre 30 e 34 (10,79%). Menos de 10% dos que vão às urnas têm curso superior completo. Já os analfabetos e aqueles sem escolaridade, mas que leem e escrevem, representam 13,18% dos votantes. No país, predomina o eleitor que não concluiu o ensino fundamental: eles são 25,82% do total, um padrão com poucas exceções nas unidades da Federação — Distrito Federal, Goiás, Paraná, Roraima, São Paulo e Tocantins são as únicas onde o ensino médio completo sobrepõe ao fundamental incompleto.

 

Distribuídos por 5.570 municípios e 171 cidades do exterior, esses 147,3 milhões eleitores cadastrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) elegerão 27 governadores, 54 senadores, 513 deputados federais, 1.035 deputados estaduais e 24 deputados distritais, além do próximo presidente da República. No total, 28.089 candidatos se apresentaram para disputar um dos postos, que serão ocupados de 2019 a 2022, à exceção do Senado, cujo mandato é de oito anos.

 

Na avaliação de especialistas, de olho em uma das vagas abertas, os postulantes a representantes do povo e dos estados não se concentraram no perfil majoritário do eleitorado, mas exploraram temas mais caros à população. “Eles falam em saúde, educação e segurança pública, que são discussões genéricas”, observa o cientista político César Alexandre Carvalho, sócio-proprietário da CAC Consultoria. São tópicos que aparecem nas pesquisas como prioridades dos brasileiros. No diagnóstico “Problemas e prioridades para 2018”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), desemprego (56%), corrupção (55%), saúde (47%), segurança pública (38%) e qualidade da educação (13%) são apontados como as principais preocupações dos eleitores.

 

Natural de Montanhas (RN), o serralheiro Agnaldo Cardoso da Silva, 47 anos, está desempregado há três. A empresa onde trabalhava, com carteira assinada, fechou e, segundo ele, 110 funcionários foram para a rua. “Meu salário era alto, eu tirava uns R$ 2 mil e pouco. Agora, não consigo achar nada”, lamenta ele, que mora com a tia no Setor Habitacional Sol Nascente. O serralheiro está indeciso entre Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL).

 

Também indecisa, Maria do Socorro Leal, 58 anos, enumera o que considera prioridade para o próximo presidente: “Queria que ajudasse mais a população, principalmente com mais emprego, moradia e estudo”, diz a moradora da Estrutural, mãe de três filhos, dois dos quais estão desempregados.

Mulheres

Enquanto 58,4% do eleitorado brasileiro é do sexo feminino, entre os 13 candidatos à Presidência com registro no TSE há apenas duas mulheres: Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU). O cientista político Leandro Consentino, professor do Insper — Instituto de Ensino e Pesquisa —, ressalta que nas chapas de Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes e Geraldo Alckmin (PSDB), que aparecem, respectivamente, em segundo, terceiro e quarto lugares nas intenções de voto, a escolha foi por vices mulheres. “Houve uma preocupação na montagem das candidaturas”, avalia. Guilherme Boulos (PSol) e Cabo Daciolo (Patriota) também fazem dobradinha com mulheres: o primeiro, com a líder comunitária Sônia Guajajara, e o outro, com a pedagoga Suele Balduíno.

 

Consentino afirma que os planos de governo dos candidatos também não se direcionam especificamente à faixa etária predominante do eleitorado, tanto entre mulheres quanto em homens: a dos 35 aos 39. “Mas debates como os da reforma da Previdência atingem em cheio esse perfil, que já começa a se preparar para a aposentadoria”, frisa. Nos programas, o assunto é discutido e/ou citado por Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes, Fernando Haddad, Guilherme Boulos, Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva, João Goulart Filho (PPL) e Vera Lúcia.

 

 

 

Redação

 


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