O machismo é uma trava na vida das mulheres, dentro e fora de casa. Na política, nem se fala… E no Brasil, então…
Acredite se quiser, mas neste assunto o Brasil perde até para Arábia Saudita, país onde as mulheres sequer podem dirigir. Lá, elas são 16% das bancadas no Congresso.
A representatividade feminina na política brasileira é vergonhosa. O número de mulheres ocupando cargos eletivos é irrelevante: o Brasil ocupa a 154ª posição entre 193 países do Inter-Parliamentary Union na participação de mulheres na política.
Tem mais: segundo levantamentos de instituições dedicadas às causas da muher, o Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina, ocupando o terceiro lugar na América Latina em menor representação parlamentar de mulheres. No ranking, a nossa taxa é de aproximadamente 10 pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940. Isso indica que além de estarmos atrás de muitos países em relação à representatividade feminina, poucos avanços têm se apresentado nas últimas décadas.
No mundo: Segundo a UN Women (braço da Organização das Nações Unidas), até junho de 2016 apenas 22,8% dos parlamentares em todo o mundo eram mulheres. Um crescimento lento nos últimos 20 anos, visto que em 1995 esse número correspondia a 11,3%. A mesma instituição relatou que em julho de 2017 apenas 2 países contavam com uma política com representatividade feminina superior a 50%.
Segundo constata a acadêmica de Direito Ana Sofia Coutinho Bizzi, a cultura política, a cultura de gênero e os estereótipos estipulados na mídia são alguns dos fatores que contribuem para que haja uma certa dificuldade na implementação de um equilíbrio dos gêneros no campo político.
Dá com uma e…
No Brasil, a legislação vigente obriga os partidos a inscrever 30% de mulheres candidatas. No entanto, a lei também estabelece que apenas 10% dos investimentos de campanha sejam destinados às mulheres, oriundos do fundo partidário.
Detalhe: dos tais 10%, 5% vão pra propaganda de campanha.
Cerca de 44% dos filiados a partidos políticos no Brasil são mulheres.
Na Paraiba
No nosso Estado a mulher tem conquistado espaços na mesma proporção do que ocorre no País. No entanto, em sua grande maioria são mulheres que foram postas no cenário politico como paus-mandados de maridos, pais, parentes, ou representantes de oligarquias cuja pauta de interesses está completamente comprometida com machismo…
É dona fulaninha que se elegeu como laranja de seu fulaninho. É a filhinha de seu fulaninho que entrou na politica apenas para manter a família no comando do seu reduto. Ou dona fulana que é mãe de seu sicrano, ou filhinha de não sei quem.
Nas últimas eleições, a Paraiba deu um passo à frente na cinquista feminina de espaco politico: elegeu a sua primeira senadora, a ex-Deputada Daniela Ribeiro, fina-flor de uma oligarquia conservadora que há décadas ocupa generoso espaço na política paraibana. Daniela, porém, tem construído uma trajetória política digna de registro e conduz com altivez a bandeira em defesa das mulheres.
Agora mesmo, ela encampa uma luta para torpedear, no Congresso Nacional, projetos que se destinam a acabar com a lei dos 30% de mulheres candidatas.
Nem todas as mulheres com mandatos na política paraibana, porém, são paus mandados do machismo. Elas são as exceções da regra. Dentre as tais poderíamos citar as deputadas estaduais Cida Ramos, Estelizabel Bezerra e Pollyana Dutra, a vereadora Sandra Marrocos cujas trajetorias de luta têm origem popular, compromissos com segmentos organizados da sociedade e que não representam oligarquias.
Arremate
Não basta ter mulheres na política. É fundamental que as mulheres abdiquem da humilhante condição de er conquistado mandatos catapultado do anonimato pelos vossos país, maridos padrinhos etc etc etc
Na política, portanto, não basta ser mulher: tem que ter compromisso, bandeiras de luta e afinidade com os anseios da sociedade.
Wellington Farias
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