Um dos primeiros anúncios da equipe ministerial do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ocorreu antes mesmo que ele tomasse posse. A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, em dezembro de 2018, de que iria “passar a faca” no Sistema S preocupou o setor. Coincidência ou não, o fato é que o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, foi preso temporariamente na manhã desta terça-feira.
A reboque, o paraibano Buega Gadelha, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), que figura entre os vice-presidentes executivos da CNI, representando a região Nordeste, também foi preso. A algema também foi posta sobre Ricardo Essinger, presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), e José Carlos Lyra de Andrade , presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea).
Todos foram alvo da Operação Fantoche. Nela, a Polícia Federal investiga, em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), um esquema de corrupção envolvendo contratos de entidades do chamado Sistema S – que inclui serviços como o Sesc, Senai e Senac – com o ministério do Turismo.
Cabe, agora, uma reflexão. Será que Paulo Guedes já possuía, em gaveta secreta, informações sigilosas contra os dirigentes da CNI? O chamado “bote” teve como objetivo desarticular a força política da Confederação e dos que estão à frente do Sistema S, pavimentando o caminho para seu desmonte? É sempre bom perguntar, e observar.
Eliabe Castor
PB Agora
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