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Acerca de Ricardo Coutinho, João Azevedo e os Cartaxos

Como diria o fidalgo sertanejo Dom Pedro Dinis Quaderna, em seu memorial de autodefesa perante a justiça, no Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, do genial paraibano Ariano Suassuna:

Pois bem, nobres cavalheiros e belas damas de peitos macios, hoje foi um dia diferente desde que estou aqui no PB Agora, ocupando este nobre espaço. Uma simples notinha postada pela manhã gerou um Deus-nos-acuda: minha caixa postal e o meu zapzap ficaram entupidos de mensagens (algumas agressivas, por sinal) questionando as minhas opiniões, e outras me rotulando de cartaxista. Só porque (pasmem!) as tais informações tiveram origem numa fonte da oposição.

Primeiro: não sou cartaxista e jamais votei em Luciano Cartaxo; estou pouco me lixando se ele perde ou ganha no jogo político. Não me interessa nem um pouco. Aliás, pra ser sincero, adorei que o irmão dele, Lucélio, tenha perdido a eleição para governador, porque estava muito mal acompanhado politicamente e, vinculado àquele povo, representava o atraso e, portanto, tinha mais era que sifu.

Segundo: não sou ricardista, embora tenha votado em Ricardo Coutinho desde que ele é candidato a qualquer coisa. Alias, votei nele pra governador duas vezes, uma delas mesmo depois de ele haver me processado e eu ser condenado a pagar uma indenização num processo em que os “meus” advogados nem compareceram à audiência. Há certas coisas que a gente precisa ter bom senso pra saber separar joio e trigo.

Terceiro: Votei (e votaria outra vez) no candidato indicado por Ricardo Coutinho, João Azevedo, para governador do Estado. Por que? Ora, pelo simples fato de achar que o projeto político-administrativo de Ricardo Coutinho foi um marco na história recente da Paraíba, no que pese seus erros, e que devemos por as mãos para o céu pelo fato de, num momento tão crucial para o nosso País, o nosso Estado tivesse sido administrado por ele. Além, é claro, do enorme prazer de ter visto cabisbaixo e a caminho de casa um magote de políticos ultrapassados, sem compromissos com ninguém (a não ser com os seus), metidos a bestas e que pensavam que eram dono do mundo ou espertos o suficiente para enganar a todos. Foram todos postos pra correr graças ao manejo das pedras do jogo pelo ex-governador.

Portando…
Nobres senhores e virtuosas damas de peitos suculentos, convenhamos: eu não tenho culpa se estouram denúncias que estão sendo investigadas pelo Ministério Público, uma instituição que tem fé de ofício; se vazaram áudios altamente comprometedores para o governo, sobretudo inerente à ação de uma suposta Organização Criminosa que teria vínculos ou montada pela tal Cruz Vermelha Gaúcha, sobre quem meio-mundo de gente advertiu os ocupantes do Palácio na época, tentando abortar os contratos milionários.
Também não tenho culpa se a Cruz Vermelha não gerencia os hospitais da Rede Municipal de Saúde de João Pessoa.

Aí cês já querem demais…

 


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